Nesta quarta-feira (26), o Dia Nacional do Diabetes busca conscientizar a população sobre a doença que afeta 10,2% da população brasileira. Os dados são da pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel Brasil 2023), que também aponta um aumento em relação a 2021, quando a prevalência era de 9,1%. Segundo estimativas da Sociedade Brasileira de Diabetes, a maioria dos casos (90%) é do tipo 2, onde o corpo desenvolve resistência aos efeitos da insulina.

De acordo com a nutricionista Larissa Vasconcelos, este tipo de diabetes pode ter causas hereditárias ou estar ligado a hábitos de vida, o que quer dizer que pode ser evitado com uma mudança de hábitos. “A prevenção do diabetes tipo 2 está fortemente relacionada a mudanças no estilo de vida, como uma alimentação equilibrada e a prática regular de exercícios físicos”, explica a profissional, que é coordenadora do curso de Nutrição da Estácio.

Ainda de acordo com estimativas da SBD, mais de 46% dos brasileiros com diabetes desconhecem sua condição. A profissional destaca a importância do diagnóstico precoce: “identificar o diabetes em sua fase inicial é crucial para evitar complicações graves, como

doenças cardiovasculares, a neuropatia diabética que são os danos aos nervos que causam formigamentos e dor; a retinopatia que pode levar ao glaucoma e a cegueira, e em casos mais graves, problemas de fluxo sanguíneo e cicatrização que podem levar à necessidade de amputação”, alerta.

 

Diabetes causa 28 amputações por dia

Entre janeiro e agosto de 2023, o Sistema Único de Saúde (SUS) registrou 6.982 amputações de membros inferiores (pernas e pés) causadas por diabetes, uma média de mais de 28 ocorrências por dia. O número vem crescendo ano após ano, conforme os dados do Ministério da Saúde.

Em 2022, houve 10.168 amputações, 3,9% a mais que em 2021. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) destaca que o diabetes já é a principal causa de amputação não traumática de membros inferiores no país.

 

Diagnóstico

A pesquisa Vigitel 2023 aponta que o diagnóstico é mais frequente entre mulheres (11,1%) do que entre homens (9,1%). E conforme a população envelhece, a incidência aumenta significativamente. Entre os adultos com mais de 65 anos, 30,3% são diagnosticados com a

doença. Além disso, a escolaridade também influencia esses números: aqueles com menor nível de educação (0 a 8 anos de estudo) têm a maior taxa de diabetes, chegando a 19,4%.

“Esses dados reforçam a necessidade de campanhas educativas e de políticas públicas eficazes para prevenção e controle do diabetes, porque uma população bem informada pode se prevenir contra uma das formas da doença", afirma a nutricionista Larissa Vasconcelos.

Assim, ela explica os tipos de diabetes e orienta sobre práticas que são benéficas e preventivas.

“O diabetes é uma condição crônica que afeta a maneira como o corpo processa o açúcar no sangue (glicose). O tipo 1 é uma condição autoimune em que o sistema imunológico ataca e destrói as células beta do pâncreas, que produzem insulina. Essa não está relacionada ao estilo de vida ou dieta, como é o caso do tipo 2 que é quando o corpo se torna resistente à insulina. Nesse caso, fatores genéticos, excesso de peso, sedentarismo, dieta inadequada e envelhecimento contribuem para o desenvolvimento da doença, que poderia ser evitado”, enumera.

Além desses, existe o diabetes gestacional, que ocorre durante a gravidez. Independente do caso, a orientação da nutricionista é manter um estilo de vida saudável, com perda de peso se necessário, e prática de exercício regularmente. “E é sempre muito importante o

acompanhamento de um profissional da Medicina, da Nutrição e da Educação Física para que o diagnóstico seja correto e o tratamento também”, orienta.