O período das festas juninas é o tempo em que os riscos de acidentes e queimaduras com fogueiras, bombinhas e fogos de artifícios aumentam consideravelmente. Por este motivo, o Cada Minuto entrevistou o médico cirurgião plástico Fernando Gomes sobre os cuidados que a população deve ter caso sofram lesões por queimaduras. 

“Deve-se colocar a região queimada em água fria corrente no tempo necessário para resfriar a área afetada. Após esse tempo na água, observar se precisa de uma avaliação médica. Se sim, levar à unidade de saúde mais próxima. Se não houver condições para o transporte seguro, deve acionar o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)”, disse o médico. 

Há regiões do corpo que precisam de uma atenção mais objetiva e profissional caso sejam queimadas, especialmente em crianças e idosos. Veja o que diz o que o cirurgião:

“Nas crianças, necessita de uma atenção maior quando envolve as mãos e a região do crânio. Já atendemos um caso onde uma criança escondeu os fogos de artifício dentro da cueca e houve a explosão com acometimento da região peniana. Portanto, também nos adultos, a região dos órgãos genitais, perto do segmento ocular, perto do segmento auditivo, perto do segmento nasal, essas lesões devem ser melhor avaliadas. Se o indivíduo inalou muita fumaça, ele também precisa ser melhor avaliado em um ambiente hospitalar”, relatou Fernando.

“Sobre a extensão da queimadura: quando envolve mais 10% da superfície do corpo acometida, tem que ser assistida por um profissional da saúde. As queimaduras de origem elétrica também precisam de uma avaliação mais objetiva. No geral, o bom senso de quem avalia é o que faz a necessidade. Crianças e idosos devem ser melhor avaliados”, concluiu.  

Fernando Gomes, médico cirurgião plástico. Foto: ASCOM HGE

 

Atendimento especializado                                      

Aquelas pessoas que sofrerem acidentes com água quente, fogo, choque elétrico, fogos de artifício, bombinhas de todas as variedades, podem procurar a unidade de saúde mais próxima ou diretamente o HGE que possui um setor específico para queimados, o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ).

No período de janeiro a maio de 2024, o Hospital Geral do Estado (HGE) registrou 117 casos de pessoas lesionadas com queimaduras. No mesmo período do ano passado, o HGE atendeu 140 pessoas. Isso demonstra que houve uma diminuição de 16% de pessoas que procuraram o hospital por queimaduras. O número para todo o ano de 2023 foi de 354 casos.

 

Fiscalização e manuseio dos fogos de artifícios

Segundo Fernando, a fiscalização realizada pelos órgãos competentes sobre o uso de fogos de artifício, locais de venda e até mesmo as instruções de como confeccionar as fogueiras, contribuem para que os acidentes diminuam. 

“A tendência é que esses acidentes com fogueiras diminuam conforme melhoramos a infraestrutura e a fiscalização nas cidades e no interior. Com os fogos de artifícios, quando acontecem, percebemos uma menor complexidade nas lesões, podendo ser assistidos nas unidades de saúde municipais.”, esclareceu.

O Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL) alertou a população por meio de uma publicação nas redes sociais, a respeito dos cuidados que devem ser tomados nesta época de festas juninas, com a confecção de fogueiras e o manuseio dos fogos de artifícios. 

 

 

 

 

 

 

*Estagiários sob supervisão da editoria.