O deputado federal Rafael Brito (MDB) busca se consolidar, desde que foi confirmado pelo “ninho emedebista” como o pré-candidato à Prefeitura de Maceió, como a principal via de oposição na disputa pelo Executivo da capital alagoana.

Entretanto, as mais recentes pesquisas eleitorais mostram a dificuldade de Brito de ocupar esta posição, bem como de articular quem seria seu vice na disputa eleitoral. É bem verdade que o prefeito atual e candidato à reeleição João Henrique Caldas, o JHC (PL), também enfrenta dificuldades para definir o vice.

Porém, são problemas diferentes.

Do lado de JHC, são muitos os nomes que querem ser vice do prefeito, com o deputado federal Arthur Lira (Progressistas) brigando para indicar o postulante ao cargo. Já do lado de Brito, a dificuldade é ter um nome com alguma capilaridade eleitoral que queira assumir esta missão. O parlamentar e o senador Renan Calheiros (MDB), o principal fiador desta candidatura, briga para ter a aliança com o PT na disputa majoritária. O PT – entretanto – rejeita e mira em consolidar a candidatura própria: o dirigente estadual e ex-vereador Ricardo Barbosa (PT).

Há uma lógica na posição do PT. Afinal, diante do desempenho de Rafael Brito como pré-candidato, Ricardo Barbosa passa a ter também as mesmas condições de ser a via principal da oposição a JHC.

Diante deste contexto, Rafael Brito – o candidato dos Calheiros – intensificou o ataque em um recente vídeo lançado em que ironiza o slogan da Prefeitura de Maceió: “Maceió tá massa para quem?”, indaga o deputado federal emedebista.

Publicado nas redes sociais no domingo passado, o vídeo de Brito busca trazer dados e informações para construir uma imagem de inércia por parte do município em relação à indenização das vítimas da tragédia causada pela Braskem na capital alagoana, relembra os R$ 8 milhões pagos pela Prefeitura a uma escola de samba do Rio de Janeiro, questiona as políticas de Saúde, de infraestrutura no período chuvoso e toca na mobilidade urbana.

Brito surge como uma “metralhadora” para acusar a gestão municipal de ser uma imensa “fake news”. Em tese são os mesmos temas que foram usados quando os palacianos tentaram – via ex-deputado estadual Davi Maia (União Brasil) – montar uma oposição sólida ao prefeito na Câmara Municipal de Maceió.

Maia, na época, conseguiu trazer para a oposição vários vereadores e formar um bloco com nomes como Zé Márcio (MDB), Kelmann Vieira (MDB), Gaby Ronalsa (PV), Joãozinho (MDB), Teca Nelma (PT) e Doutor Valmir (PT). Todos esses edis começaram com artilharia pesada, mas depois o bloco foi minguando. Atualmente – no parlamento-mirim – as críticas à Prefeitura ou são feitas por Nelma ou por Joãozinho.

É fato. A oposição sempre encontrou dificuldades de se consolidar. Isto também acaba refletindo em outro fato: a dificuldade de um único nome – que no caso seria Rafael Brito – surgir como um líder da oposição. As críticas à gestão do PL acabaram ficando dispersas e JHC, muito bom no marketing, soube se sair melhor em suas estratégias de comunicação.

Agora, às vésperas da eleição, Rafael Brito busca ganhar credibilidade como “voz opositora”. Neste sentido, obviamente, para além das críticas também adotou a estratégia de resgatar os feitos políticos, inclusive lembrando dos postos ocupados na gestão estadual, como secretário de Trabalho, Desenvolvimento Econômico, Turismo e Educação.

No vídeo, Rafael Brito mostra o tom que deve adotar na campanha. Resta saber se dará certo ou não...