O plenário da Câmara de Vereadores da cidade de Pindoba/AL, foi palco de uma cena de violência na tarde desta segunda-feira, 10, sobretudo provocada pelo grupo familiar político do prefeito Cícero Cardoso. É o que acusa a vítima, o vereador João Ferreira (PSB) -foto acima-, único que faz oposição. Ele relata que foi agredido verbalmente e com um tapa no rosto pela senhora Leyla, irmã da presidente da Câmara, Magna Cardoso, ocasião em que levou também de forma traiçoeira uma “gravata” no pescoço, agressão feita por Cicinho Cardoso Jr. que é filho do prefeito Cícero e de Magna.
“Foi um crime premeditado, mas vamos cobrar justiça até a última instância e pedir apoio também da UVEAL”, disse o vereador João Ferreira, que vai acionar o Procurador de Justiça do município para uma posição, a fim de obter as imagens das câmeras internas e externas da Casa Legislativa, sobre o vergonhoso e violento momento do crime ocorrido. “Interessante é que essa Leyla nunca compareceu na Câmara durante as sessões, isso comprova que toda uma armação estava montada para mim pegar”, confessou o vereador, dando conta de que até o prefeito Cícero Cardoso estava presente também.
O que gerou tal violência
Conforme João Ferreira, as provocações começaram com discurso da vereadora Magna Cardoso, que lhe acusava de ter sido o mentor principal das demissões ocorridas por esses dias na Prefeitura. Ferreira se defendeu dando conta que em fevereiro deste ano, ingressou com um requerimento à Mesa Diretora da Câmara justamente cobrando um relatório de transparência da Cooperativa Moderniza, sobre quantos servidores prestam serviços, valores dos salários entre outros itens, e que em meio a isso, veio o escândalo de uma roubalheira detectada no mês passado, através de uma Operação Policial em Alagoas, envolvendo diversas Cooperativas atreladas aos prefeitos num esquema milionário, cujo Pindoba também está envolvido
Veja o Boletim de Ocorrência:
Ministério Público de Alagoas na jogada
Conforme MP/AL, em entrevista no dia 16 de maio último, cinco cooperativas estão envolvidas na organização criminosa especializada em fraudes na administração pública que desviou mais de R$ 240 milhões no Estado. Elas fazem parte do grupo criminoso desarticulado durante uma operação realizada justamente no dia 16 de maio, em Alagoas e Pernambuco.
“Disfarçada de cooperativas de prestação de serviços, a organização oferecia diversos serviços ligados à administração pública, como coleta de resíduos sólidos, limpeza de vias públicas e contratação de profissionais para diversas funções. Tudo isso era parte de um esquema destinado ao desvio de dinheiro público e enriquecimento ilícito dos envolvidos”, disse MP/AL.