O deputado estadual Fernando Pereira (PP) anunciou, na sessão desta terça-feira (11), na Assembleia Legislativa, que a Prefeitura de Campo Alegre ingressou no Ministério Público com uma representação contra a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) devido a irregularidades no Programa de Gestão Integrada do Transporte Escolar (Geite).
Segundo Pereira, em um caso “repleto de ilegalidades e motivado por questões políticas”, a Seduc transferiu, para Junqueiro, a responsabilidade pelo transporte escolar dos alunos do ensino médio da rede estadual de Campo Alegre.
“Desci do palanque desde o dia 1º de janeiro de 2023 e me parece que, apesar dos discursos bonitos que venho ouvindo, até do próprio governador, dizendo que não é perseguidor, nem vingativo e que se errasse daria um passo atrás, não é isso que tenho visto”, afirmou na tribuna da Casa.
Ele explicou que, mesmo tendo o município cumprido todos os prazos do programa, assim como enviadas todas as documentações e informações suplementares solicitadas pela Seduc, “sem qualquer justificativa, sem qualquer notificação sobre inconformidades, nem notificação formal de descumprimento”, Campo Alegre foi surpreendido com a transferência, para Junqueiro, da responsabilidade do referido transporte escolar.
Para ilustrar a situação política na região, Fernando Pereira afirmou que os ônibus escolares de Junqueiro pertencem a uma usina de propriedade do pré-candidato a prefeito e Campo Alegre, tendo como vice na chapa a esposa do deputado governista André Silva, que é irmão do prefeito de Junqueiro.
“É tudo um problema político, são critérios políticos... O Estado já está repassando recursos para os municípios fazerem política”, completou Pereira.
Em aparte, o líder do governo, deputado Silvio Camelo, justificou que a mudança pode ter sido para economizar recursos, uma vez que Junqueiro e Campo Alegre são da mesma Gere (Gerência Regional), têm coordenação em comum. Ele também afirmou que a secretária de Educação está à disposição para dirimir quaisquer dúvidas e afirmou que não há perseguição alguma por parte do governo.
Foto: Igor Pereira/Ascom ALE