Eduardo Bolsonaro, Deltan Dallagnol, Allan dos Santos, Rodrigo Constantino e Paulo Figueiredo estiveram numa audiência do Congresso americano sobre o Brasil. Os nomes citados integram uma gang de extremistas de direita que “denunciam” a existência de uma ditadura em nosso país. Os mesmos vigaristas exaltam a tortura e defendem o golpe de 64 que sequestrou a democracia brasileira durante 20 anos. Que bagaceira é essa?

O deputado federal Eduardo Bolsonaro divide com o pai a devoção ao livro autobiográfico do sanguinário Brilhante Ustra, notório torturador durante o regime militar. Dallagnol é cria do Ministério Público Federal do Paraná, o picareta do PowerPoint. Allan dos Santos é arrivista a soldo do bolsonarismo, criador de uma fábrica de fake news sob o título de Terça Livre. Valente de rede social, saiu do país e é foragido da Justiça.

Constantino e Figueiredo foram comentaristas da Jovem Pan. Com Bolsonaro no poder, eram reis do pedaço em “debates” típicos de machinhos histéricos. Na gritaria, expressavam mais perdigotos do que ideias. Mentiram com tanta ênfase, agredindo até noções básicas do ridículo, que foram demitidos. Vivem como assombrações no mundo paralelo dos que sofrem na atual “ditadura comunista” do Brasil. Isso não tem cura.

Deltan Dallagnol é uma biografia de contornos mais sombrios. Embora nada surpreenda nesse mundo, o escândalo não diminui. É inquietante o fato de que esse elemento fez parte de uma instituição da República. Era uma autoridade no poderoso Ministério Público Federal. Eis um sinal de que algo deu muito errado no ambiente forjado para defender o cidadão e valores da democracia. Que as coisas tenham mudado por lá. 

Ao ver uma notícia com esses nomes num mesmo evento, você lembra o quanto a coexistência pode ser insalubre. Ainda que a milhares de km, estamos no mesmo planeta de seres dessa envergadura moral. Não é fácil. E lá estão esses ratos a falar mal – no parlamento dos Estados Unidos – do país em que vivemos! E posam como se fossem alguma coisa acima do esgoto em que chafurdam. Cara, isso aconteceu mesmo?

Sim, está registrado nas notas taquigráficas. O que podemos fazer frente a tal descalabro – que representa algo bem mais trágico? Espero que muita gente possa muito mais do que eu. Com uma cabeça meio tosca e duas patas, só posso escrever. Que fase!