Um sargento da Polícia Militar de Pernambuco foi preso em Maceió após disparar contra uma pessoa no bairro de Cruz das Almas. Imagens mostram o PM correndo pelo meio da rua apontando a arma para o alvo. O atirador ainda ameaçou funcionários da pousada na qual estava hospedado. Ele veio à capital alagoana para um show de Bell Marques – o que já é preocupante! Não se sabe o que teria provocado a fúria do agente da lei.
Em Brasília, 14 PMs estão presos após uma sessão de tortura contra um aluno do curso de acesso ao Batalhão de Choque. Vítima dos próprios colegas de corporação, o soldado Danilo Martins ficou internado durante seis dias. O comandante do batalhão especial exigia que o soldado desistisse do curso – o que ele recusava. Como se vê, Tropa de Elite e capitão Nascimento fizeram escola: “Pede pra sair, pede pra sair”.
Há cinco dias, uma dupla de militares agrediu um homem negro em São Paulo, sem que ele esboçasse qualquer reação. A vítima tem o pescoço apertado por um dos PMs e depois recebe um jato de spray de pimenta nos olhos. A pessoa que grava as imagens é ameaçada pelos infratores fardados. Casos semelhantes são registrados pelo Brasil com uma frequência perturbadora. É como se fosse uma metodologia de trabalho.
Outro caso estarrecedor ocorreu na Estação da Luz, também em São Paulo. Sentada no chão enquanto espera o metrô, uma mulher leva um forte tapa no rosto, desferido por um PM que está visivelmente alterado. “Abaixa a mão pra mim, abaixa a mão pra mim”, repete ele aos gritos antes da agressão contra uma pessoa indefesa. Depois, sai do local, cheio de arrogância, exibindo ares de quem age com a certeza da impunidade.
Mais um caso repugnante ocorreu em Canavieiras, interior da Bahia, em janeiro deste ano. Durante uma abordagem, três PMs promovem uma sessão de espancamento e humilhações contra um homem que caminhava por uma rua. São oito minutos de tapas, socos e pontapés em alguém desarmado, sem qualquer acusação – que deu o azar de cruzar com aqueles animais. Após o crime, entram na viatura e seguem na boa.
A lista de episódios como esses daria um calhamaço. No maior estado do país, o governador e o secretário de Segurança estão decididos a contribuir com a escalada da truculência policial. Tarcísio de Freitas e Guilherme Derrite atualizam um carcomido pensamento, reproduzido nos cursos de formação de PMs. A corporação exige porrada e tiro em “vagabundo”. Direitos humanos? Aqui, não. Taí uma tragédia brasileira.