Em recente entrevista ao Estadão, o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, Rogério Carvalho (PT/SE), disse que o relatório final da CPI deve sugerir revisão de acordos firmados entre a mineradora e as autoridades públicas, por conta dos danos provocados pelo afundamento de solo na capital alagoana.
Isto pode envolver tanto a abrangência da área quanto a sugestão de revisão de valores pagos em indenizações.
O fenômeno do afundamento de solo, que resultou na evacuação de cinco bairros e afetou aproximadamente 60 mil pessoas, se deu por conta da extração do sal-gema pela Braskem.
O relatório deve ainda apontar a inclusão de novas áreas. Entre elas, o Bom Parto e Flexais.
Nesta revisão de áreas, que embora estejam – até onde se sabe – fora do risco iminente de afundamento, há o peso das regiões sofrem com um forte isolamento econômico.
Rogério Carvalho afirmou que, em relação à revisão e a abrangência dos acordos sobre os atingidos, a CPI praticamente está finalizando o trabalho.
Recentemente, os membros da CPI viriam a Maceió para visitar os bairros em afundamento de solo e se reunir com as vítimas da tragédia ambiental, além de autoridades, mas a vinda da Comissão foi adiada.
A previsão é que a visita a Maceió ocorra no dia 8 de maio.
Amanhã, o colegiado da CPI da Braskem retoma às atividades e vai ouvir o procurador-geral de Maceió, João Luís Lobo. O depoimento dele foi requerido pelo senador alagoano (e membro da Comissão), Rodrigo Cunha (Podemos).
Há ainda uma previsão de que o presidente da Braskem, Roberto Bischoff, seja ouvido no dia 14 de maio, em uma acareação com o ex-diretor do Serviço Geológico do Brasil, Thales Sampaio.
Este deve ser o último passo da CPI, que pretende concluir a primeira versão do relatório final no dia 15 de maio.
Oficialmente, a CPI tem até o dia 22 de maio para concluir os seus trabalhos, podendo ainda ser solicitada prorrogação. Porém, Carvalho acredita que não haja necessidade, diante – segundo ele – do conjunto de materiais já obtidos pelos senadores.