Na cidade de Capela/AL, José Cláudio da Silva,  o Zé Cláudio, que nos anos 60 atuou como zagueiro do CSA e posteriormente no Capelense, afirma que há 18 anos vem tendo problemas sérios em sua fazenda com a implantação de uma Estação de Tratamento de Água- ETA, da  CASAL. Primeiro, diz, não recebo um tostão sequer pela ocupação do espaço  e quando a empresa vai fazer limpeza nos reservatórios, as consequências são tamanhas; gerando um impacto ambiental mediante dejetos de produtos químicos que correm pela vegetação e desembocam em açude de criatório de peixes da fazenda. 

Ação da Casal na propriedade tem causado transtorno  constantemente e que os prejuízos têm sido tamanhos, diz Zé Cláudio 

Zé Cláudio confessa que aguarda uma ação judicial que moveu contra a CASAL, no sentido de ter o direito de receber pelos danos causados em sua propriedade. “Já tentamos de tudo amigável para fazermos um acordo e nada. No final do ano passado a gente fechou uma via de acesso para aumentar o nosso cercado, mas deixando outra estrada vicinal para  a CASAL transitar com máquinas e caminhões, só que ela entrou agora com uma ação na Justiça reivindicando  a abertura do antigo acesso, pois a Justiça  prontamente acatou  a denúncia e advertiu  uma multa de 50 mil reais caso eu impedisse a Casal de abrir a tal estrada, cuja notificação recebi essa semana através  de um oficial de  justiça”, narrou Zé Cláudio. 

O veterano Zé Cláudio lúcido com seus 82 anos de vida, revela que até hoje nunca pagaram e nunca mostraram sequer um projeto de impacto ambiental que a propriedade poderia sofrer. “Para que se tenha uma ideia, no ano passado quando  a CASAL teve sua adutora de captação de água levado pela enchente do rio paraíbinha, a empresa sem nos consultar fez a maior escavação em nossa propriedade e inclusive nos coagindo para qualquer tipo de reação” concluir magoado Zé Cláudio. 

 

Versão apresentada pela direção da Casal a nossa reportagem:

A Companhia de Saneamento de Alagoas (Casal) esclarece que a área onde foi construída a Estação de Tratamento de Água (ETA) de Capela foi desapropriada pelo Governo do Estado. É um local, portanto, de interesse público e que já pertence ao patrimônio do Estado e da Casal.

A Empresa também esclarece que acionou a Justiça para voltar a ter acesso à ETA por uma estrada já existente na localidade, que possui aproximadamente 300 metros de extensão, e que havia sido bloqueada pelo proprietário das terras do entorno, o que impedia o acesso de veículos que serviam para dar manutenções na ETA e para transportar produtos químicos essenciais para o tratamento da água.

Essa é a estrada que sempre foi utilizada pela Casal para ter acesso à unidade desde que ela foi construída. Não se trata de uma estrada nova. A Justiça atendeu ao pleito da Empresa e concedeu uma liminar favorável, ou seja, permitindo o acesso por onde ele sempre ocorreu, que é essa estrada de 300 metros que havia sido bloqueada recentemente pelo proprietário de terras.

 

Em seguida, após acionar a Justiça mais uma vez, a Casal conseguiu autorização para recuperar essa mesma estrada, visto que ela havia sido danificada pelas chuvas dos últimos meses. Desse modo, com apoio da Prefeitura de Capela, a Companhia está efetuando obras autorizadas pela Justiça para recuperar a estrada e poder efetuar o tratamento da água que abastece todos os moradores da cidade.

 

Maceió, 17 de abril de 2024.