Oficialmente o PSB de Alagoas é presidido pela filha do governador Paulo Dantas (MDB), que é também secretária estadual de Planejamento. Trata-se de Paula Dantas.

Todavia, se a sigla entra em cena, na disputa eleitoral de Maceió, de forma competitiva e pretendendo eleger três vereadores, tudo se deve a alguém que sequer é da legenda: o ex-deputado estadual Davi Maia (União Brasil).

O motivo pelo qual Maia se encontra no União Brasil – sigla que faz parte da base política de um rival, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL) – é simples: o ex-deputado estadual não pode abrir mão de sua suplência na Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas. Não fosse isso, Davi Maia já teria tido outro destino: o próprio PSB.

Todavia, não deixa de ser um fato curioso: Paula Dantas preside a legenda, mas em Maceió não é o corpo diretivo oficial do PSB que capitaneia a legenda, mas sim o Davi Maia com o aval do governador de Alagoas, Paulo Dantas, que pertence a um outro partido: o MDB do senador Renan Calheiros.


Porém, a filha do chefe do Executivo estadual está no comando partidário também por um motivo explícito: o governador precisa de um partido para chamar de seu. Afinal, Dantas não pode ser candidato à reeleição.


Em 2026, o governador terá que traçar seu futuro político e não seria inteligente, para dizer o mínimo, depender apenas dos Renans Calheiros (pai e filho). Assim, estruturar o PSB sem precisar estar na legenda é ter a legenda para quando precisar. Faz sentido! Sendo assim, Dantas coloca o partido nas mãos de quem confia: Dantas. Confiar na família, uai!


Davi Maia abraçou a missão e mostrou êxito. A sigla entra no jogo eleitoral – na capital alagoana, diga-se de passagem – com possibilidade de conquista de vaga na Câmara de Maceió, quiçá fazendo bancada.


Atual desafeto do ex-aliado JHC, Maia ainda se mostrou eficaz em atrair dois ex-aliados de JHC: os ex-vereadores Fábio Rogério e Rodolfo Barros, que já se encontravam no PL e retornaram ao PSB, partidos pelos quais são suplentes na Casa de Mário Guimarães.


As decisões de Rogério e Barros são matemáticas. A “linha de corte” no PL se tornou alta demais para a pretensão de ambos, que não querem – e é legítimo este “não querer” – servir de escada para outros vereadores de mandato por enxergarem potencialidade para serem eleitos pelo PSB. Maia só aproveitou esta situação para compor sua versão do “canto da sereia” arrastando Fábio Rogério e Davi Maia.

 

Maia reestruturou o PSB da capital alagoana e se mostrou um eficiente estrategista sob o olhar atento de Dantas (o pai). Por lá, também se encontra o irmão de Davi Maia, Marcelo Maia, que também disputará a cobiçada vaga de vereador da capital alagoana.


Aliado de primeira linha do governador, o atuante ex-deputado estadual é conhecedor dos bastidores e sabe lidar com os holofotes. Não por acaso, em entrevista ao jornalista Nigel Santana, na Tribuna Independente, lança luz sobre a secretária estadual e presidente do PSB, Paula Dantas, afirmando que ela “acompanhou de perto a formação da chapa feminina, com grandes mulheres com representação neste grupo, e com chances de disputa nesta eleição de 2024”.

Pelo menos, segundo o próprio Davi Maia, a atual secretária estadual de Planejamento planejou algo para o futuro do partido ao qual comanda. Ele atribui a montagem do PSB a uma dobradinha...

No mais, Davi Maia diz – nesta entrevista – que a montagem da chapa de vereadores na capital alagoana é também indicativo de como a legenda está se organizando para 2026, quando estarão em disputa os cargos de deputado federal, estadual, governador e Senado.