Eu, ativista negra das Alagoas de Palmares conheci a ministra da Saúde, Nísia Tavares, assim meio sem querer.
Quando convidada pelo Ministério da Saúde e o Hospital Oswaldo Cruz, em março de 2023, para representar Alagoas como movimento negro, ao lado de Vânia Gatto, presidenta do Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas, na apresentação do Programa Nacional Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras do SUS, deparei com a ministra , no azáfama de um corredor povoado de gentes, com algumas vozes dissonantes e de novo, o acaso, foi previdente para traçar caminhos.
Perguntei, ao vê-la: Posso te dar um abraço?
E, a ministra, com um cansaço aparente, mas, investida da peculiar simpatia, aflorando, no intervalo entre os debates difíceis : -Claro, energia boa é sempre bom!
O ocorrido desse episódio tem um ano e durante o processo de alinhamentos, os significados da equipe da ministra, coordenada por Isabela Cardoso Pinto, Secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, do Ministério da Saúde (SGTES/MS ressignificaram.
Sim, a equipe do MS , ainda, é majoritariamente branca, mas, que surpresa agradável, sentir o acolhimento, a disponibilidade da escuta ativa que se permitiram, durante a construção do Programa Nacional Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras do SUS,
Debulhamos conceitos, reinventamos caminhos, sempre afiados, afinados com a necessidade de equalizar ideias.
O MS tem sido um parceiro importante, protagonista garimpeiro de experiências, e aqui enfatizo, as trocas negras locais, regionais e nacionais que endossam, com propriedade, de vivências, a ancestralidade , que propõe um diálogo com coletivos díspares..
O MS tem surpreendido com jeitos diferentes de romper com a hegemonia, saindo da zona de conforto do 1+1= 2.
As ações do Programa Nacional Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras do SUS, traduzem uma multiplicidade de sentidos, celebram oportunidades, aprendizados preciosos, daqui e d´acolá, no agregar todo um povo, em torno da política pública uníssona e ao mesmo tempo, múltipla.
E essa politica pública só é possível graças as releituras necessárias da equipe do MS , na perspectiva de que o Brasil é um país feminino e 56% negro.
O MS tem feito valer as vozes de uma multidão hiperbólica e negra.
O MS é também um Ministério Negro!
Salve!
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