Após oito anos na cadeira, Rui Palmeira, à época, reconheceu que o grande desafio de JHC na gestão de Maceió seria administrar em meio à escassez de recursos públicos, desigualdade social e baixa arrecadação.
O que parecia ser uma grande armadilha para qualquer um que saísse do confortável parlamento para o desgastante executivo, tornou-se um triunfo eleitoral difícil até mesmo para os “donos” de Alagoas.
Em 2020, o gasto público com pessoal batia os incríveis 57,66% da receita do município, o limite seria de 54% (percentual já problemático). Mas o que isso significa para você morador? Significa basicamente que não havia recursos para fazer mais nada, grosso modo, só pagar servidores.
Em 2023, a despesa com pessoal foi de 44,83% da receita do município, uma diferença de milhões e milhões revertida em investimentos. O que são investimentos públicos? Obras, equipamentos públicos, expansão da cobertura em saúde pública etc. Todas as melhorias que você percebe, mas aquela que você não percebe imediatamente vem justamente da gestão orçamentária com a contenção de gastos, aliada a uma arrecadação mais eficiente e a captação de recursos públicos e privados.
Feito isso, Maceió saiu do último lugar por dois anos (2018 e 2019) entre as capitais em proporção de investimentos para o segundo lugar em 2023, com 780 milhões de reais em investimentos em relação à receita realizada. Ao término de 2024, Maceió deverá ter investido nos últimos quatro anos o equivalente aos 20 anos de investimentos anteriores, feitos por outros gestores.
Como uma fotografia, a popularidade é um sintoma de momento, mas é claro também que só “lábia” não convence mais o público, não seria possível a JHC estar tão bem avaliado se não houvesse entrega e política social elaborada onde ela de fato nasce: na responsabilidade fiscal.