Nenhum fã de hard rock/heavy metal duvida da força destes subgêneros do velho e amado rock’n’roll, que o ano de 84 foi um marco de proporções sentidas até hoje. Somente para ilustrar: Powerslave do Iron (confere o texto dos dez melhores álbuns, conferir), Perfect Strangers do Purple (dá uma lida no texto Retorno Triunfal, conferir); Ride the Lighting, do Metalica (confere os dez melhores álbuns, conferir).
Pois bem, aqui peço vênia aos que discordam, mas me atrevo a dizer que o melhor disco já feito por David Coverdale foi este: Slide In - fenomenal trabalho do Whitesnake. Sim, aqui abranjo até a fase dos álbuns feitos por ele pela icônica banda Deep Purple, bem como dos anteriores da fase do Whitesnake e os posteriores. Afinal este foi o sexto álbum de estúdio da longeva trupe de Coverdale.
Antes de qualquer outra coisa é bom frisar que mudaram de gravadora – Geffen Record e a produção ficou a cargo de nada mais nada menos que Martin Birch, Produtor do Maiden e do Sabbath. Para começar vamos a formação quando do lançamento nos EUA constante da bolacha: Coverdale nos vocais; John Sykes na guitarra (ex Tygers of Pan Tang – banda da NWBOHM e Thin Lizzy); Neil Murray no baixo (ex integrante da banda de Gary Moore) e Cozy Powel (ex muita coisa, mas até então diria que ex-Rainbow). Já pelo escrete escalado para esse disco já se percebe o talento todo reunido, mas isso por si só, não é certeza de nada. A coisa realmente aconteceu com as músicas. De cara, abre com a faixa título, cuja pegada flui maravilhosa e marcante ainda remetendo à fase anterior com dois guitarristas, mas dá para sentir o entrosamento e a melhora na produção; em seguida vem o que na minha opinião é a melhor canção do disco: Slow And Easy – Aqui tudo está azeitado: início lento meio blues, vocal inconfundível, guitarra conduzindo tudo com maestria, mas diria que a batera de Powel é simplesmente alucinante e perfeita, acompanhada da marcação discreta, mas eficiente do baixo de Murray; aí temos o mega sucesso Love ain’t Stranger, essa dispensa apresentações, mas não custa lembrar o início meio balada com o vocal possante de Coverdale e o riff marcante de Sykes e para variar a batera forte e precisa de Powel, ainda podendo contar com um clipe bem legal, onde pode se observar o carisma de Sykes e sua estileira de tocar (tem guitarrista que além de tocar muito ainda faz com estilo); All or Nothinh – Hard rock delicioso; Gambler – outra grande canção com pitadas mais pops que adoro, remetendo um pouco à época anterior dos caras com as duas guitarras, soa meio deep purple; Guilty of Love – Excepcional canção que já começa veloz e não desacelera e o destaque além de Coverdale é que fora originalmente gravada com os dois guitarristas (Micky Moody e Colin Hodgkinson) e John Lord no teclado, antes de retornar ao deep purple, canção que projetou bastante a banda e muito tocada nas rádios; Hungry for Love – Bela música de pegada meio country e refrão marcante; Give me more time – Outro bom hard rock mais suave e meio pop sem ser comercial demais; Spit It out – Hard rock na veia e introdução muito boa, com refrão hipnótico, quebrada bem legal (teclado leve ao fundo dando todo sentido à música), interrompida pelo solo majestoso, uma das melhores; finaliza com Standing in the Shadow – uma das mais comerciais e com riff meio brega e com ares do passado, mas é Whitesnake, cara! É “Deus” Coverdale, você queria o que? Quase tudo fica muito bom. Quem nunca ouviu não deixe de conferir, uma ode ao hard rock.
GODOY COVERDALE