Um erro político seria a possível (provável) cassação do ex-juiz e agora senador Sérgio Moro, é o que teria avaliado o presidente Lula. E Lula está certo, por um motivo que todos sabem: ação desproporcional e agressiva alimenta uma narrativa de que o outro lado é perseguido, e consequentemente o fortalece.
Até este ano, o Plano Nacional de Educação (PNE) havia previsto que metade das crianças menores de quatro anos deveria estar em creches, uma meta ambiciosa e absolutamente necessária. Ninguém em sã consciência seria contra o estabelecimento de creches públicas. Por isso, para tentar desgastar a imagem de JHC por meio da crítica ao programa recém-lançado pela Prefeitura de Maceió “Gigantinhos”, ação que promete ampliar a oferta de vagas em creches, é preciso um tom certo para o resultado não ser o inverso do esperado.
Outra coisa que todo mundo sabe é que o deputado Rafael Brito se comunica muito bem e segue a agenda pública de assuntos correntes como creches e Braskem. O primeiro está em pauta justamente por uma razão favorável à prefeitura; o segundo assunto também não surte o apelo esperado porque é público que o caso Braskem vem de outros governos, inclusive aliados de Rafael Brito.
E por fim, além do tom ponderável, que pode mais ajudar do que atrapalhar JHC, Rafael Brito tem não só a popularidade do atual prefeito de Maceió, mas o condicionamento dos próprios aliados. Porque se tem uma coisa que assusta o marketing político mais do que ações dos adversários, é a iniciativa equivocada de aliados.