Heloneida Gama é acreana e presidenta da Associação Família Azul, no estado do Acre.
Em depoimento, no encontro do Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras no SUS, que aconteceu, em Brasília, 7 e 8 de março, no Hotel Royal Tulip Brasília Alvorada falou sobre a sobrecarga das mães atípicas.
Ela diz: ‘Ser mãe atípica é viver desafios diários, muitas vezes, gigantescos.
Somos mulheres que abandonam a própria vida para viver essa maternidade, buscando por uma qualidade de vida melhor.
E para muitas, também ocorre o abandono do companheiro e aí, se tornam solitárias, negligenciadas. Carregamos a responsabilidade da criação da física, intelectual e afetiva de nossas crianças.
A rotina de cuidadora das mães atípicas é exaustiva e muitas acabam em depressão profunda e sofrem esgotamento mental.
Já ouvi de muitas mães:- Hoje tentei me matar.
A cobrança é muito alta e a responsabilidade recai, apenas, nos ombros de nós, mulheres.
É preciso que o poder público crie políticas de acessibilidade e inclusão.
Precisamos de ajuda.
Por conta do esgotamento mental, emocional mães atípicas carregam o ideário suicida- finalizou.