O senador Rodrigo Cunha (Podemos) tem aproveitado a lacuna deixada por Renan Calheiros (MDB) dentro da Comissão Parlamentar de Inquérito da Braskem (CPI da Braskem). Foi da autoria de Cunha dois importantes requerimentos já aprovados, como a convocação do diretor-presidente da Braskem e a visitação in loco da região afetada em Maceió.
Para além disso, Rodrigo Cunha pode tentar mirar no senador Renan Calheiros, seu principal adversário político. Em uma entrevista concedida à TV Senado, Cunha destacou: “Ele (Renan Calheiros) foi o presidente dessa empresa de que nós estamos falando. O resgate, hoje feito, dizendo que os problemas não começaram em 2018, e sim desde 1975, que inicia essa exploração, o coloca também numa situação que pode ser investigado”.
Rodrigo Cunha ainda prossegue: “Temos aqui um passo a passo a ser seguido. Além disso, os senhores podem fazer qualquer pesquisa hoje, a informação é acessível a todos, ele foi denunciado, ele foi indiciado pela Polícia Federal, por receber propina direcionada e beneficiar a própria Braskem. Então, a presença dele como relator aqui contaminaria todo o processo”.
O senador do Podemos faz referência à época em que o parlamentar do MDB ocupou cargo diretivo na Salgema, que após a privatização virou a Braskem. Em resposta a coluna de Bela Magle, em O Globo, a assessoria de Renan Calheiros afirmou que o senador nunca foi presidente da companhia, mas integrou o conselho administrativo em 1993 e 1994, pois na época era vice-presidente de outra estatal ligada ao ramo, a Petroquisa.
Sobre as denúncias da Polícia Federal, o inquérito foi arquivado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).