No dia de hoje, 21 de fevereiro, deveria ter sido definida a relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que visa investigar as ações da Braskem em Maceió, logo pela manhã. Todavia, o assunto ficou para às 16 horas, caso Omar Aziz concorde em permanecer na presidência. O presidente se encontra irritado pela falta de consenso.


Proposta pelo senador Renan Calheiros (MDB) e já instalada no ano passado, a CPI ainda vive um clima de impasse por conta da “briga” pelo controle das investigações que a Comissão pode abrir.


De um lado, os senadores do PT e o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT), tentam evitar que o senador Renan Calheiros (MDB) assuma a relatoria.


O PT quer emplacar o nome do senador Rogério Carvalho (PT). Quem também tenta retirar Calheiros desta cadeira é o presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Arthur Lira (Progressistas).


Em Brasília, os governistas temem que a atuação de Calheiros ressuscite temas ligados à Lava Jato, já que a Petrobras é uma das acionistas da Braskem. Além disso, há as questões envolvendo a venda da petroquímica.


Já para Lira e para o senador Rodrigo Cunha (Podemos), que também integra a CPI, Renan Calheiros pode usar a relatoria para ter um “palco político-eleitoral” que mire no prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), por conta do acordo firmado entre a Braskem e a Prefeitura de Maceió, com uma indenização no valor de R$ 1,7 bilhão.


Os governistas usam o argumento de que um alagoano não poderia ser relator. Todavia, é uma falácia para esconder o que de fato está em jogo. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), ainda busca um consenso ainda para o dia de hoje. Como chefe do colegiado, ele pode indicar o relator que desejar, mas quer tentar um acordo.


O início da reunião de trabalho – na manhã de hoje – foi a portas fechadas. Assim permaneceu por mais de uma hora, até o adiamento. Omar Aziz ainda teria ameaçado deixar a CPI por conta dos desentendimentos. Aziz defendeu que o objeto da Comissão fosse delimitado somente ao ocorrido em Maceió, evitando temas e investigações paralelas.


“O escopo dessa CPI não será específico ao Estado de Alagoas. Ela tem que ser específica ao procedimento que a empresa fez lá, essa e a empresa anterior, porque não começou esses problemas só com a Braskem. E a passividade de quem estava a frente disso e de quem permitiu que se chegasse a esse momento”, colocou.


A delimitação do objeto da CPI e a briga pela relatoria são os dois pontos de impasse.