Eneida ou Dizawra Mariáh, mulher negra, moradora da baixada fluminense, baiana da Beija-Flor por várias gerações, conta  da sua experiência em desfilar  o enredo da Escola, em 2024.

O enredo falou sobre representatividade negra, em Maceió.

Representatividade negra, entende?

 

"Eu me emociono muito  em todos os desfiles, mas, esse desfile me fez chorar de tanta alegria.

O choro rolou na hora do refrão:

Tá no meu peito, tá no meio grito, escola de respeito que coroa Benedito

Representar na avenida, na minha escola querida, esse enredo, falando que a beira mar , de Maceió, nascia um Rei negro e sonhava como todos nós.

Rás Gonguila,  o Benedito dos Santos, foi engraxate com uma elegância total em um terno branco. 

E ainda fundador de um bloco em Maceió, Cavaleiro dos Montes.

Esse enredo gritou em minhas veias.

Eu só sei, que  colocava a mão próximo a cabeça e fazia o gestual de coroação.

Interpretar foi o meu lema, sentir o público vendo eu passar ali, girando e cantando. Foi  tudo pra mim, uma sensação inenarrável.

E quando as luzes da Marquês, se apagavam e o nosso chapéu, estava aceso.

Nossa, foi fantástico!!!

Falar de Maceió então, porque sou apaixonada pelo nordeste Brasileiro,

Eu mulher negra, moradora da baixada fluminense, sair em uma agremiação, com esse enredo que representa a realidade de todos os negros que realizam os seus sonhos é prazeroso.

Feliz estou!!!"

Salve, Dizawra Mariáh!