Ricky Gervais é um comediante incômodo. É como se ele colocasse um espelho à nossa frente e nos obrigasse a encarar coisas como a nossa finitude e o quanto somos microscópicos em relação ao universo.
Em um dado do momento de seu mais novo stand-up, Armageddon, disponível na Netflix, ele diz que a única maneira de lidarmos com as dores e limitações do mundo é rindo. Principalmente de nós mesmos.
Ele faz o mesmo na excelente série After Life, onde intepreta um viúvo ateu, em luto pela morte da esposa, em um dilema constante entre partir ou permanecer vivendo em um mundo para o qual ele não tem a menor paciência.
É tragicômico. Como a vida, muitas vezes.
Ricky Gervais nos convida a rir da nossa insignificância, ao mesmo tempo que mostra o quanto somos capazes de modificar vidas.
Com seu humor britânico, cínico e politicamente incorreto, ele nos lembra que tudo, absolutamente tudo, passa.
Fica a dica para quem não se incomoda em ser incomodado.