O recesso legislativo, em Brasília, se encerrou nesta segunda-feira, dia 5 de fevereiro. Neste contexto, retorna a disputa pela relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem no Senado Federal.
Para a vaga de relatoria da CPI, há uma “briga” entre os petistas (e os aliados mais ferrenhos) e o próprio senador Renan Calheiros (MDB), propositor da Comissão.
O emedebista já fez – na semana passada - uma cobrança pública para o funcionamento da CPI da Braskem, inclusive após o relatório da Agência Nacional de Mineração (ANM), que revelou que as minas para a extração de sal-gema, em Maceió, seguem sem o devido monitoramento e com riscos de colapso.
Renan Calheiros joga toda a pressão para cima do Senado Federal. O problema – como já dito neste blog – é que a turma mais próxima do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT), no Senado Federal, segue ordens do Planalto.
O receio de Lula é que a CPI acabe respingando na Novonor, a antiga Odebrecht, e retire – de dentro do armário – os esqueletos da Operação Lava Jato. Além disso, há temores em relação à Petrobras, acionista da Braskem.
Se depender de Lula, a CPI tem que ser conduzida na rédea curta.
Para concretizar esta intenção, é preciso tirar Renan Calheiros da relatoria da Comissão Parlamentar de Inquérito. Tal fato coloca o emedebista em rota de colisão com o governo federal.
Para a relatoria, o PT defende que seja indicado o senador Rogério Carvalho (PT), pois seria uma forma de garantir que a condução da CPI – que já tem Omar Aziz (PSD) na presidência – fosse totalmente monitorada e guiada por forças externas ao Senado Federal.
Paralelamente, conforme bastidores políticos, o vice-líder do governo no Senado Federal, senador Jorge Kajuru (PSB), pode ceder sua posição de vice-presidente da CPI para que Renan Calheiros assuma esta cadeira caso não fique com a relatoria.
A CPI deve iniciar seus trabalhos no próximo dia 20 deste mês.
Oficialmente, Omar Aziz nega que haja um movimento contra Renan Calheiros.