A Agência Nacional de Mineração (ANM) divulgou um parecer técnico com conclusões e recomendações ao Plano de Fechamento da Mina de Sal-Gema da Braskem em Maceió (AL). O documento foi divulgado no dia 31 de janeiro.

Segundo o relatório da Agência, o sistema de monitoramento foi eficaz por ter alertado com antecedência de cerca de 15 dias tanto o início do abatimento quanto o subsequente colapso da frente de lavra M#18. No entanto, o grupo recomenda uma avaliação técnica mais aprofundada para compreender as causas e possíveis consequências do ocorrido, bem como as implicações na própria cavidade e nas cavidades adjacentes.

A recuperação do talude da encosta do Bairro Mutange segue conforme o projeto apresentado pela Braskem, sem descontinuidades significativas. O GT-SAL, grupo de especialistas da ANM que monitora a situação das minas da empresa em Maceió, destaca a importância de medidas cautelares e estudos adicionais após a desinterdição da área de segurança, garantindo o retorno seguro de pessoal e equipamentos.

O GT-SAL propôs uma série de exigências à Braskem S.A., a serem cumpridas no prazo de 60 dias, incluindo a elaboração de um relatório detalhado sobre as causas e consequências do abatimento na mina 18, uma análise de risco para possíveis eventos futuros e justificativas para o não preenchimento de outras frentes de lavra não pressurizadas.

A partir de avaliação da documentação juntada aos autos nos meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024, a ANM enfatiza a necessidade de atualizações periódicas das informações apresentadas à agência, com intervalos máximos de 30 dias, incluindo avaliações técnicas do contexto de cada frente de lavra monitorada.

Confira as exigências da ANM à Braskem:

  • Relatório com análise das causas e consequências bem como justificativas sobre o abatimento abrupto na área da mina 18, cuja ocorrência era considerada improvável por consultorias contratadas pela empresa;
  • Análise de risco acerca da possível ocorrência de novos eventos de movimentação do terreno ou abatimentos, envolvendo a própria frente de lavra da M#18, frentes de lavra adjacentes a essa ou de possíveis colapsos em outras cavidades não pressurizadas;
  • Justificativa técnica para o não preenchimento de outras frentes de lavra não pressurizadas, não contempladas no grupo específico planejado, especialmente que tenham migrado para fora da camada salina, considerando que qualquer outra metodologia de fechamento a ser executada não oferece garantia de estabilidade, eliminação do processo de subsidência e eliminação do risco de sinkhole (buraco);
  • Gráfico de tendência contemplando as leituras de subsidência antes e após o evento ocorrido na área da frente de lavra M#18 e imediações, bem como a interpretação dos resultados;
  • Relatórios com dados atualizados da geometria e georreferenciamento de todas as cavidades não pressurizadas, bem como resultados consolidados e interpretados das leituras de monitoramento das demais cavidades com o controle de pressão ativo;
  • Simulações com a utilização do modelo 3D elaborado, considerando os parâmetros envolvendo o abatimento ocorrido na M#18 e a possibilidade de ocorrência de outros eventos semelhantes;
  • Atualização da representação gráfica dos grupos de cavidades, contemplando vistas superiores e inferiores, e vistas laterais nas quatro direções, incluindo as dimensões aproximadas dos pilares remanescentes e a integração e verificação de possíveis interligações ou interferências entre elas;
  • Previsão de prazo para a apresentação da proposta de fechamento das frentes de lavra sem definição do método de fechamento, que estão em monitoramento recorrente (M#03, M#15, M#20, M#21, M#29 e M#34);
  • Quais as alternativas de fechamento estão sendo avaliadas para execução nas frentes de lavra não pressurizadas dentro e fora da camada de sal que se encontram atualmente no status de monitoramento, de acordo com as tendências dos resultados dos registros até o presente;
  • Previsão ou programação para a realização de novos exames de sonar das frentes de lavra M#09, M#12, M#22, M#23 e M#33 para uma melhor avaliação da evolução das cavidades associadas e, especialmente, com relação à frente de lavra M#18;
  • Atualização dos cronogramas de execução das atividades de fechamento da mina.

 

*com ANM