O espaço que Quitéria “adotou” como casa é bem grande. Fica  ali no entorno da lagoa da Anta, sob o sol de Maceió, na orla da capital.

A preta, idosa, moradora secular, em situação de rua  fez do logradouro um território afetivo,  conta que saiu de casa por destemperos familiares e encontrou a liberdade nas ruas.

Quitéria é dependente química e o vício do álcool  tem desestruturado toda sua trajetória de vida.

Mesmo assim é uma mulher sábia.

Faz um ano e 2 meses que não a vejo,  por  força de um problema físico-motor, ausentei-me das  caminhadas diárias,  e, agora,  no retorno  às andanças, senti falta de  Quitéria, no cenário da Lagoa, e  perguntadeira, comecei a assuntar:- Você viu, Quitéria, por aí?

:- Vocês conhecem Quitéria?- indaguei, na manhã desta terça-feira   a um morador@s de rua

Um logo respondeu:- A senhora é  a terceira pessoa hoje que pergunta por ela, Quitéria está internada.

Sobressaltada perguntei:- Por que?

A Ana Paula ( uma antiga patroa) internou ela. Estava bebendo muito, agressiva, brigando com as pessoas- contou o Claudemir..

 É uma mulher preta, como tantas outras, com histórias, naturalizadas, de abandono social.

É natural de Murici, Alagoas e nasceu no mesmo dia do menino Jesus, 24 de dezembro.

Renascimento.

Hoje descobri o paradeiro de Quitéria, a preta,

idosa, que mora em situação de  rua.

Eureka!