Já falei aqui no blog, recentemente, sobre as condições que envolvem o processo de escolha do nome para ser o vice do atual prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), na chapa na qual o chefe do Executivo municipal disputará a reeleição.
Não se pode negar o óbvio, conforme as mais recentes pesquisas eleitorais: JHC é favorito na disputa.
Evidentemente, a posição de favorito, faz com que a oposição a JHC saiba que deve investir na pancadaria de todo tipo e ter alguém que capitalize o desgaste do prefeito, mostrando-se uma alternativa ao atual grupo político que se encontra na Prefeitura de Maceió.
Todavia, JHC também tem obstáculos internos que nascem junto com o favoritismo. Um deles é não se deixar ser tomado pela “soberba”, acreditando não precisar responder a críticas, por exemplo. Afinal, por mais desacreditado que seja um crítico, pode haver fundamento naquilo que é apontado como problema. É o caso envolvendo a “Creche Cria”, que JHC decidiu – sabe-se lá por qual razão – silenciar. Nada pior que uma postura que julga não ter explicações a dar e se refastela entre influencers e jogos midiáticos. Afinal, pequenos desgastes também se somam. Se o suficiente para mudar o cenário de favoritismo dos dias atuais ou não, aí é outra história…
Outro ponto é o seguinte: o “favoritismo” de JHC – cantado em verso e prosa – também pesa sobre a escolha do “vice” ideal. Afinal, o prefeito de Maceió precisa de alguém de sua extrema confiança para, no caso de reeleito, pensar em projetos futuros, como disputar o governo do Estado ou uma das cadeiras do Senado Federal em 2026. Neste cenário, quem não desejaria ser vice de alguém “virtualmente eleito” e se tornar prefeito de Maceió daqui a dois anos sem precisar disputar uma eleição de forma direta?
Dentre estes nomes, destaca-se o vereador Galba Netto, que ainda se encontra no MDB, mas diante da “janela partidária” vindoura isso é só um detalhe. Netto tem trabalhado para ser este vice ideal. Na Câmara de Maceió, conquistou a confiança de quase todos os vereadores, com uma administração que garante os espaços dos edis, respeitando as características individuais destes, inclusive sabendo lidar com a oposição ao prefeito. Galba Netto tem conseguido administrar conflitos em nome da tal “harmonia” do parlamento-mirim. Ele tem tido êxito.
Paralelamente, tem ajuda a garantir vitórias ao prefeito na Casa de Mário Guimarães, com votações em regime de urgência, como ocorreu no caso das alterações do código tributário de Maceió. Netto tem conseguido uma atuação discreta, mas efetiva. Se dependesse da maioria dos vereadores, ele seria o vice. Além disso, tem se tornado um nome que não desagrada ao prefeito, que busca um “aliado” para a chapa o mais próximo possível de sua “cozinha”.
O que busca Galba Netto, conforme bastidores? Ser um “elo” deste grupo político heterogêneo que compõe a base da administração de Maceió, tornando-se um nome viável para outro cacique do jogo: o deputado federal e presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas). O parlamentar federal tem sua lista de possíveis vices preferidos, na qual se encontra, inclusive, o nome da secretária municipal Jó Pereira (PSDB).
O problema é que lá na frente, quando 2026 chegar, os planos de Lira podem não ser os planos de JHC. Todo cacique tem o seu “quê” de “bloco do eu-sozinho”. O prefeito sabe que não pode correr o risco de, depois de reeleito, projetar um futuro político na dúvida de se terá ou não o apoio da máquina pública que comandou até então. Galba Netto pode se fortalecer politicamente nesta equação de várias variáveis? Sim!
JHC sabe que jogar esse jogo envolve mais complexidade do que decidir se platinará a cabeleira ou não…