Um dos inúmeros desafios políticos que o prefeito de Maceió, JHC, terá pela frente é superar o tabu de nenhum prefeito reeleito da capital de Alagoas ter se tornado governador. A análise, feita especialmente para a coluna Labafero, é de um analista/observador da política alagoana.

Vale lembrar que, na história política recente de Alagoas, somente três prefeitos de Maceió conseguiram se tornar governadores: Divaldo Suruagy, Fernando Collor e Ronaldo Lessa. Suruagy é o recordista, com três mandatos como governador, seguido por Lessa, com dois, e Collor, com um. Casos excepcionais em uma lista que conta com várias tentativas fracassadas de utilizar a Prefeitura de Maceió como trampolim para o governo estadual.

Ex-prefeitos como Kátia Born, Cícero Almeida e Rui Palmeira foram eleitos e reeleitos prefeitos de Maceió, mas não conseguiram conquistar o cargo de governador em seguida. Rui Palmeira, por exemplo, só conseguiu disputar uma eleição para o governo dez anos após sua primeira eleição como prefeito, em 2022, e mesmo assim ficou em 4º lugar, fora do segundo turno.

Já Kátia e Cícero nem mesmo conseguiram disputar o mandato. Isso indica que liderar a administração central da capital alagoana pode trazer desgaste político e incertezas quanto ao futuro do prefeito.

Hoje, nenhum desses nomes ocupa cargos eletivos, apenas cargos de indicação política, como é o caso da ex-prefeita Kátia Born, atual Secretária de Estado da Assistência e Desenvolvimento Social de Alagoas, e do ex-prefeito Rui Palmeira, à frente da Secretaria de Estado de Infraestrutura de Alagoas. Já Cícero Almeida segue sem cargos na administração pública.

Ao contrário dos demais, JHC se destacou como prefeito após mandatos de deputado estadual e deputado federal e, mesmo tendo perdido a primeira disputa para comandar a capital, demonstrou determinação em seu projeto político e capacidade de se realinhar.

Para JHC, o desafio será garantir sua reeleição como prefeito e torná-la a melhor possível, visando viabilizar sua candidatura ao governo de Alagoas. Ele terá que superar a tradição, o tabu e as dificuldades políticas que surgem após dois mandatos consecutivos como prefeito da capital. Além disso, precisa encontrar formas de contornar o desgaste político que tradicionalmente acompanha os prefeitos que tentam alçar voo rumo ao governo estadual.

Administrar a capital com seus 50 bairros, 8 regiões administrativas e mais de 1 milhão de habitantes não é tarefa fácil quando se trata de um estado com 102 municípios. Ou seja, trabalhar por Maceió não fortalece os vínculos com os demais 101 municípios do interior, isolando o político em uma redoma que o impede de buscar apoio e votos para se tornar governador posteriormente.

Caso JHC consiga superar essas barreiras históricas e políticas, ele poderá se tornar novamente um caso de sucesso na política alagoana.

Resta acompanhar os próximos movimentos do prefeito e verificar como ele enfrenta esse desafio que tem se mostrado intrincado ao longo dos anos.