Propositor da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, o senador Renan Calheiros (MDB) enfrenta resistências - como já divulgado neste blog - para conseguir ficar na relatoria da CPI, que será definida apenas no próximo ano, diante da disputa interna.
O nome de Calheiros não é do interesse do PT no Senado Federal, nem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT), que teme que as investigações respinguem na Petrobras - acionista da mineradora - ressuscite casos envolvendo a Odebrecht ou ainda atrapalhe o processo de venda da Braskem.
Renan Calheiros - entretanto - mira na relatoria.
Afinal, o emedebista-mor de Alagoas também possui seus interesses políticos, como por exemplo, o placo que a Comissão pode abrir para que ele mire no prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), um de seus adversários políticos em Alagoas.
Para conseguir a relatoria, Renan Calheiros tem o apoio aberto do vice-presidente da CPI, o senador Jorge Kajuru (PSB). Em entrevista recente, Kajuru disse que Calheiros “foi o primeiro a denunciar e a revelar todos os fatos desse caso em Alagoas”.
Kajuru diz que o nome do senador sergipano Rogério Carvalho (PT) seria a segunda opção. Para ele, “o bom senso vai obedecer a uma maioria”.
Dentro da Comissão, há quem concorde com Kajuru, mas há quem ache que a presença de Calheiros na relatoria poderia intensificar a disputa política com o grupo do presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Arthur Lira (Progressistas).
"Questionar o nome do Renan Calheiros é uma injustiça. Ele foi autor da CPI e normalmente o autor é presidente, vice ou relator do colegiado", reforça Kajuru. Ele nega que já haja um acordo fechado para impedir a escolha de Calheiros.