Ao falar com a imprensa, durante o evento em que esteve presente o Ministro do Turismo, Celso Sabino, para discutir os efeitos do Caso Braskem no turismo de Maceió, o presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Arthur Lira (Progressistas), lamentou a ausência do governador Paulo Dantas (MDB) no encontro, que ainda envolveu outros membros da bancada federal de Alagoas, o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL), e representantes do trade turístico, como Associação Brasileira da Indústria Hoteleira (ABIH) e Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel).

 

Lira foi indagado - por jornalistas - se não seria importante a presença de Dantas naquele encontro. Ele respondeu: “Perfeitamente. Ontem (sexta-feira passada) mesmo eu falei com o governador”. O presidente da Câmara dos Deputados destacou que ainda há outros temas que devem ser tratados com Paulo Dantas, como a questão envolvendo os recursos da outorga da concessão de saneamento e abastecimento de água na Região Metropolitana.

 

“Nós temos outras demandas com o governo do Estado, que é em relação com a água e o saneamento. O Estado recebeu os recursos e não repassou um centavo para os municípios da região metropolitana. Esse assunto também se encontra judicializado. Isto é ruim. A gente tem que procurar o que é justo. Essa semana tem mais uma audiência de conciliação no STF (Supremo Tribunal Federal). Não precisaria”, destacou Arthur Lira.

 

O presidente da Câmara dos Deputados criticou toda postura que gere “desunião” neste momento.

 

“Nós tivemos uma reunião no Palácio do Planalto, onde todos atores sentaram à mesa. A nossa contribuição foi atender o pedido do governo federal para que os ânimos se acalmassem politicamente. Nós estamos cumprindo o nosso papel para que o governo federal possa chegar com acolhimento de dados e propor algumas soluções. Dentre elas, uma contratação de uma empresa idônea, sem interferência do Estado, do município e do governo federal, para se ter uma poligonal, um estudo crítico da área afetada, para que tenhamos uma delimitação”, disse ainda o presidente da Câmara dos Deputados.

 

Lira disse que, a partir do encontro em Brasília com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT), muitas especulações foram feitas e destacou que - nesse momento - uma CPI (a Comissão Parlamentar de Inquérito da Braskem, proposta pelo senador Renan Calheiros (MDB)) não pode acirrar “o ânimo com cunho político ou com problemas de indenizações”. “É o contrato de Maceió que tem que ser revisto? É o Estado que quer indenização? Ao fundo de tudo isso estão as pessoas que sofrem e que tiveram seus danos. Este é o ponto”, avaliou o parlamentar do Progressistas.

 

“Da minha parte, da parte da bancada federal, há uma preocupação latente, com projeto aprovado de autoria do deputado Alfredo (Gaspar de Mendonça/União Brasil), com apoio de toda a bancada, que trata de assunto relativo à Braskem e bairros afetados. Agora, o que é triste e que a gente preza e prega é que esse assunto não vá para a mídia nacional como sendo uma disputa interna entre dois grupos políticos que possuem suas divergências, mas as divergências políticas não podem e nem devem atrapalhar”, complementou Lira.

 

O presidente da Câmara dos Deputados ainda fez questão de fisar que “não houve por parte da presidência da Casa, a qual ocupo momentaneamente, nenhuma declaração de acirramento apontando o dedo para ninguém. Nunca usamos esse tema em nenhuma campanha eleitoral e já passamos pela de 2018, 2020 e 2022. Então, é importante que esse assunto seja tratado com a responsabilidade que ele requer, cuidando da vida e da condição das pessoas”.