O racismo é um tema que emerge fecundo e desafiante nos discursos contemporâneos, como a tradução de uma memória internalizada, mumificada naturalizada distorcendo lugares humanos, sociais e políticos.

No Brasil traduz a fórmula dogmática de uma verdade social de que pret@s são excluídos porque são pobres, focando na pobreza material, desagregando o fator raça.

Assumir-se negro no Brasil é transgredir a lei do emudecimento ,secularmente perpetrado, romper com a invisibilidade, afinal, o racismo  é uma nota dissonante, mal resolvida no país miscigênico, que resiste ao enegrecimento populacional.

Na verdade, é a incorporação de um estigma, do  imaginário social coletivo, que percebe o ser preto, em lugares de subalternidade.

E esse imaginário coletivo adquire uma importância visceral, pois, determina lugares, limita alcances, torna-se uma linguagem comum de muit@s,  e esta linguagem é vivenciada e decodificada nas inúmeras relações  sociais, e ao invadir o discurso social,  o racismo promove uma classificação histórica, marcando e demarcando territórios, daí surgem a segregação, as  intolerâncias e as desigualdades.

É preciso criar bases , políticas públicas, institucionalmente, sólidas para o necessário estabelecimento de pontes de interlocução entre ancestralidades, saberes e contemporaneidade.

Combater o racismo  estrutural e institucional é uma ação ética e sobretudo, política.