O julgamento do homem acusado de matar a ex-esposa Joana Mendes com 32 facadas em Maceió, que aconteceria na segunda-feira (18), foi adiado para o dia 1º de fevereiro.  A decisão foi tomada pelo juiz Yulli Rotter.

De acordo com as informações, o julgamento foi adiado porque o juiz determinou a realização de algumas diligências, como a realização de um exame relacionado as digitais encontradas na arma do crime. 

Ainda conforme as informações, Arnóbio voltou a ser preso nesta quinta-feira (14) por suspeita de fraude de um laudo médico na tentativa de requerer instauração de incidente de insanidade mental para tentar atenuar ou se livrar da pena.

Apesar de ter tido prisão preventiva decretada logo após o crime cometido há mais de sete anos, a defesa de Arnóbio conseguiu, em junho passado, uma revogação da prisão preventiva para que ele aguardasse o julgamento em liberdade (sob medidas cautelares) até voltar a ter sua prisão decretada nesta quinta que o levou a se apresentar na delegacia de Atalaia.

“Além de trazer um pouco mais de alívio à família, que nunca sentiu-se tranquila sabendo que o assassino de Joana estava livre aqui em Alagoas, essa prisão põe em evidência as mentiras e tentativas de fraude do assassino para tentar alegar insanidade e não pagar pelo crime brutal que cometeu”, diz Júlia Mendes, advogada e irmã de Joana Mendes. “As pessoas precisam ter clareza de que feminicídio é crime, não é loucura, e o uso covarde e fraudulento de laudos de insanidade precisam ser investigados e punidos”.

O assassinato com 32 facadas no rosto de Joana dentro de um carro em uma rua do bairro de Santo Eduardo foi cometido após o acusado, que não aceitava o fim do relacionamento, ter marcado um encontro com a vítima para conversar sobre um acordo de pensão para o filho menor, então com apenas dois anos de idade.

“Essa prisão também é importante para mostrar que tentativas de fraudar laudos para invocar o incidente de insanidade devem ser rigorosamente punidos por descredibilizar um instrumento legítimo que se aplica apenas em casos raros e pontuais”, diz o advogado Roberto Moura, um dos assistentes de acusação que integra o escritório Herval, Moura & Albuquerque.

Na quarta-feira passada (14), a família de Joana Mendes se reuniu com representantes de entidades em defesa das mulheres e da Comissão Especial da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil de Alagoas, na sede da entidade, para assegurar que o julgamento será acompanhado e monitorado.

“Quantas mulheres vão ter que morrer para que a sociedade entenda que essa não é uma luta individual, mas de todos nós? A Comissão está à disposição e estaremos presentes no júri, para pedir Justiça”, disse na ocasião a secretária-geral adjunta da Comissão Especial da Mulher, Edamara Araújo, ao lado de representantes de outras entidades como a integrante do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Mulher (CEDIM) e da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica (ABMCJ), Olga Miranda; a presidente da Associação das Mulheres Advogadas de Alagoas, Anne Caroline Fidelis, e a presidente do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), Paula Lopes.  

As entidades se comprometeram a acompanhar o julgamento que será aberto ao público e está marcado para iniciar às 8h da manhã da próxima segunda-feira e terça-feira, dias 18 e 19 de dezembro, na sala de audiência da 7ª Vara Criminal da Capital - Tribunal do Júri, no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro (Av. Presidente Roosevelt, 206).

*Com informações da Assessoria