O dono da Braskem, o acionista majoritário, é a Novonor, que antes era chamada de Odebrecht, grande financiadora de políticos e de partidos.
O segundo maior acionista é a Petrobras, com 47% do capital votante. O maior acionista da Petrobras é o governo, logo, a União é sócia da Braskem.
A 'Odebrecht' surgiu na Bahia. Ela é próxima dos políticos locais, casos dos senadores Otto Alencar e Ângelo Coronel, ambos do PSD, e do também senador Jaques Wagner (PT).
A essa turma poderosa soma-se o ex-governador Rui Costa, atual ministro da Casa Civil. Eles querem evitar desdobramentos da crise que atinge a empresa.
A tarefa é 'salvar' a Novonor-Odebrecht, que passa por um difícil processo de recuperação judicial. E a Braskem, uma multinacional brasileira, é fundamental.
Tudo caminhava bem, apesar das dificuldades. Mas aí vem a repercussão nacional do desastre ambiental em Maceió provocado pela exploração de sal-gema.
Questionamentos sobre a forma e o valor do acordo com a prefeitura e com os antigos moradores dos bairros destruídos e possíveis novas indenizações deve aumentar o endividamento da empresa.
Teme-se que tal incerteza sobre o tamanho do prejuízo tire o poder de negociação com potenciais compradores.
Recentemente havia uma negociação para a venda de mais de 30% das ações da petroquímica para a Empresa Nacional de Petróleo de Abu Dhabi (Adnoc).
A proposta era de cerca de R$ 10,3 bilhões. Os acionistas achavam que podiam aumentar o valor. Agora não mais se sabe, porque a reparação pelo desastre tende a aumentar bastante. E ninguém consegue calcular qual será o montante.
Por isso o governo quer e não consegue parar o senador Renan Calheiros (MDB-AL), responsável por criar o fato novo com a CPI e com questionamentos sobre indenizações pagas.
Renan Calheiros em uma CPI assusta, porque está presente na memória do país o senador de atuação destacada na CPI do Covid, no governo Jair Bolsonaro.
Aguardemos se haverá acordo e como se dará.
Mas o fato é que cada vez mais a Braskem se aproxima ''do acerto definitivo de contas com o Estado, os municípios e as vítimas da tragédia''.
Ou não?