Não fosse a atuação rápida dos Ministérios Públicos Estadual e Federal e a participação da Defensoria Pública da União, a situação de quem perdeu tudo que tinha seria inimaginável.
Porque a Braskem e a prefeitura não conseguem demonstrar um mínimo de empatia. A empresa sequer pede desculpas pelo tragédia que causou.
E a prefeitura de Maceió foi incapaz de discutir todos os detalhes do primeiro acordo com as famílias, com os empresários, enfim, com moradores dos bairros destruídos pela empresa.
Depois comemorou a compra de um hospital com parte dos quase R$ 2 bilhões recebidos da Braskem. E não se sabe o que será feito com restante do dinheiro.
Muito menos com o provável segundo acordo que deve vir por aí, mais uma vez sem a participação das vítimas.
A não ser que essas pessoas continuem mobilizadas, inclusive politicamente, cobrando contra a exploração irresponsável e predadora de sal-gema na capital alagoana.
Milhares ainda convivem com a tragédia iniciada em 2018, quando surgiram crateras nas ruas e rachaduras nas paredes das casas
Hospitais, escolas, igrejas, comércios e, principalmente, vidas ficaram inutilizadas, atingidas por uma leva de depressão e transtornos mentais que parecem não ter fim.
Como diz a jovem vereadora Teca Nelma, "não é apenas sobre o 1.7 bilhão que se provou um valor insuficiente. É também sobre a prefeitura ter entregado nas mãos da Braskem uma parte da cidade como prêmio pela destruição que provocou. Queremos a revisão de todo o acordo feito entre a Braskem e a prefeitura porque esse território é do povo de Maceió”.