Há mais de um mês o senador alagoano Renan Calheiros (MDB) conseguiu fazer com que o requerimento da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem fosse lido pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD), possibilitando, desta forma, a instalação da CPI.
Todavia, decorrido todo este tempo, e com a proporcionalidade para compor a Comissão já divulgada, os nomes dos senadores para fazer a CPI de fato funcionar não foram indicados pelos blocos partidários até o presente momento.
É grande a resistência quanto à efetiva instalação da CPI do Braskem no Senado Federal, sobretudo por membros do Partido dos Trabalhadores.
Será que um dos motivos é fato do diretor-presidente da Braskem, Roberto Bischoff, integrar o chamado “conselhão” do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT)?
Perguntar não ofende...
É válido lembrar que a Braskem estava representada - por meio de um convite do governo federal - na COP 28 para falar sobre sustentabilidade, mesmo diante da situação em que se encontra uma região de Maceió devido a exploração da sal-gema.
Bairros foram evacuados, aproximadamente 60 mil pessoas se tornaram vítimas da tragédia ambiental e, como temos todos acompanhados, a cidade vive o drama do risco de colapso da mina de número 18.
O fato é que os inimigos de Renan Calheiros - no Senado Federal, ao menos - são os principais nomes que formam a base política de um de seus principais aliados: o governo federal, neste caso em específico.
O emedebista-mor, acostumado a movimentar as peças de um xadrez político conforme os seus interesses, parece não ter tido a força que desejaria ter neste momento.
Por essa razão, o senador Renan Calheiros - conforme informações de bastidores -- tem trabalhado forte para tentar instalar a CPI que não sai do papel e que visa investigar a atuação da Braskem em Alagoas.
Calheiros tem contatado os líderes partidários para pedir as indicações para a Comissão. De acordo com a coluna Radar, da Revista Veja, o senador do MDB já cogita a possibilidade de, caso não consiga as indicações, pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a instalação da CPI ainda neste ano.
Em Brasília. o senador do MDB também trabalha em outra frente: articular a revisão do acordo firmado entre a petroquímica e a Prefeitura de Maceió, no valor de R$ 1,7 bilhões.
O assunto também tem envolvido o governador Paulo Dantas (MDB), aliado político de Calheiros, que denuncia o que chama de “cláusulas abusivas” do acordo.