O piauiense Antonio Bispo dos Santos, o Nego Bispo ,líder quilombola, ativista, lavrador, pensador, professor e escritor morreu no domingo, 03 de dezembro.
Na verdade, Nego Bispo encantou-se.
Nascido em 1959, no Vale do Rio Berlengas, Piauí, o ativista formou-se pelos ensinamentos de mestras e mestres de ofício do quilombo Saco-Curtume, município de São João do Piauí.
Escreveu artigos, poemas e livros, dentre eles “Quilombos, modos e significados”, publicado em 2007, “Colonização, Quilombos: modos e significados”, lançado em 2015 e “A Terra dá a terra quer”, publicado em 2023.
Nego Bispo é conhecido por ter desenvolvido proposições que buscam compreender os saberes tradicionais dos povos “afro-pindorâmicos”, uma expressão que ele utiliza para se referir aos descendentes africanos e indígenas/pindorâmicos, em substituição às designações empregadas pelo colonizador.
Bispo discutiu o conceito de “contra-colonização”, que trata da relação entre regimes sociopolíticos e cosmológicos. Ele compreende a colonização como um processo etnocêntrico que busca substituir uma cultura pela outra, por meio de práticas de invasão, expropriação e etnocídio.
E lá se vai Bispo cheio de encantamentos para o Orun.
Que siga em paz!