Como era de se esperar, o retorno do senador Renan Calheiros (MDB) ao Senado Federal - após licença médica - já teve como pauta as cobranças, feita pelo próprio congressista, da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem.
Apesar do requerimento - já lido pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (PSD) - ter tido mais assinaturas que as necessárias e já ter sido autorizada, inclusive com a proporcionalidade para a indicação dos membros, a CPI da Braskem completou um mês sem sair do papel.
De acordo com informações de bastidores, há uma resistência em relação à instalação da CPI, que inclui senadores do PT (partido dos aliados do emedebista-mor de Alagoas). Calheiros, entretanto, tem dito aos quatro ventos que a Comissão é “caminho sem volta”.
Por meio de suas redes sociais, o senador emedebista voltou a tocar no assunto. Ele cobra urgência para que se investigue a responsabilidade da petroquímica no caso de afundamento de solo que ocorre em Maceió.
“É urgente o funcionamento da CPI, já lida no Senado. Com ela faremos justiça às vítimas da maior tragédia ambiental urbana do mundo”, colocou Calheiros. No Senado Federal - antes de tirar a licença médica - Calheiros fez um apelo aos líderes partidários, durante pronunciamento em plenário, para que os membros fossem indicados. Mas, até o presente momento, nada disso foi feito.
Calheiros defende que é “fundamental” o desdobramento dos trabalhos da Comissão. Obviamente, a CPI também tem seus componentes políticos. Renan Calheiros - hábil que é - deve usar a CPI para questionar o acordo indenizatório, no valor de R$ 1,7 bilhão, que foi fechado entre a Prefeitura de Maceió e a Braskem. Afinal, o Executivo municipal é comandado por um rival político de Renan Calheiros: o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL).
Se Calheiros conseguirá instalar ou não a CPI com a urgência que deseja, eis algo impossível de afirmar. O fato é que o senador alagoano não tem conseguido, pelo menos nesta pauta, tornar efetivo o “poder” que muitos afirmam que ele possui dentro do Senado Federal e em Brasília (DF).