Na quinta 23 de novembro, a Semuc, através da Coordenadoria da Igualdade Racial esteve em mais uma ação educativa da Campanha Maceió é Massa Sem Racismo, da prefeitura de Maceió.
A convite do coordenador, Arival, da Legião da Boa Vontade falamos para uma sala repleta de mulheres. Eram muitas, em torno de 60 mulheres, a maioria preta. No meio da força feminina tinha uns 4 homens, que se mantiveram atentos à conversa.
E a conversa na sala iluminada por olhares curiosos despertou fatos do cotidiano.
E surgiram inúmeros desabafos enfáticos relacionados à violência do racismo.
- No meio de motoboys brancos, a polícia só parou o meu namorado, que é preto. Ainda, hoje estou indignada, mas, de tanto passar por essa situação meu namorado diz assim: deixa pra lá, já me acostumei com isso.
Na periferia é assim, a gente preta é sempre suspeita, pra polícia- desabafa Vanessa.
Outra mulher conta: pedi ao meu filho para ir ao supermercado e, voltou muito rápido e perguntei o que aconteceu. Ele falou que dois seguranças começaram a segui-lo, dentro do supermercado, como ele é um negro autista ficou nervoso e desistiu das compras.
-Minha prima, estava andando na avenida principal, com outra menina branca, um carro da polícia parou, um PM desceu, perguntou pelo celular, pediu que ela colocasse a senha e depois de olhar o conteúdo do celular, devolveu e foi embora- relata, Andreia.
O mais curioso disso tudo é que a grande maioria do público não tem conhecimento de que as violações que sofrem, cotidianamente, é produto do racismo.
A gente precisa aprender o que é racismo e ensinar as outras mulheres da periferia para gente conhecer as leis e se defender - disseram muitas.
E assim mulheres pretas periféricas entenderam que o conhecimento é a principal arma para o enfrentamento ao racismo.
E , agora vamos nos reunir em grupo de estudos.
É a Campanha Maceió é Massa Sem Racismo, da prefeitura de Maceió e Instituto Raízes de Áfricas criando frentes, estimulando a consciência da política pública..
Massa demais!