Quem fala sobre Almerinda Farias Gama é a pesquisadora da UNB, Cibele Tenório. Vai lendo, prefeito:

Almerinda nunca escreveu sobre a sua trajetória, embora tenha sido uma mulher que sempre se sustentou trabalhando na datilografia, como jornalista. o papel dela no movimento sufragista não era uma coisa pequena. E aí, a gente se pergunta: Por que que não sabemos sobre ela? Porque a ideia que a gente tem do sufrágio, na luta pelo voto feminino no Brasil, está muito centralizada na figura da Bertha (Bertha Lutz).  E quando a gente vai entendendo e pesquisando, descobre que havia um grupo de mulheres — claro, a Bertha era uma liderança incontestável — com uma atuação muito firme, e a Almerinda fazia parte desse grupo. Ela não foi uma moça que estava ali participando, ela foi uma liderança com um papel fundamental. Ela tinha uma facilidade com a máquina de escrever, que era uma tecnologia nova, e escrevia muito bem. Fazia uma ponte entre o que acontecia na Federação Brasileira pelo Progresso Feminino e a imprensa, era meio a assessora, as relações públicas. O debate do sufrágio se dava muito na imprensa, e ela era meio a cara pública da federação. Aí, você vai entender por que essa personagem que teve esse papel fundamental nessa articulação, depois, se coloca como candidata na eleição de 1934, na segunda eleição em que mulheres puderam participar. Então, assim, há várias frentes da Almerinda, e a nossa indignação cresce. Por que a gente nunca ouviu falar sobre ela? Por que que a gente, na escola, não ouviu falar sobre o voto feminino como uma conquista, uma luta, não como algo dado?

Essa maceioense, sindicalista, advogada e jornalista figura-chave na luta pelo voto feminino  no Brasil  foi enterrada como  indigente social. Precisamos resgatar a história de Almerinda Farias, prefeito, João Henrique Caldas.

Vamos conversar sobre isso?

Maceió é Massa Sem Racismo!