Nos bastidores políticos, pouco se entendeu sobre o “sentido” (se é que havia algum) da mudança de posição do suplente Alan Balbino (PSD), quando na Câmara Municipal de Maceió, ele deixou o lado da oposição ao prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), passando para a situação.
Balbino - que ocupava uma cadeira na Casa de Mário Guimarães - era suplente do vereador Kelman Vieira. Logo, só se encontrava com cadeira cativa no parlamento enquanto Vieira fosse secretário estadual de Prevenção à Violência.
Ou seja: a viabilidade do mandato de Balbino estava totalmente assentada no fato de ele ser oposição.
Tanto que ao Alan Balbino anunciar sua mudança de lado, o grupo emedebista - comandando pelo senador e enxadrista-mor Renan Calheiros (MDB) - não perdeu tempo: Vieira deixou a pasta estadual e retornará para a Casa de Mário Guimarães nesta semana.
Inclusive, o ex-secretário volta com a missão de ser um “ferrenho opositor”, incomodando bem mais do que o seu suplente incomodava.
Com efeito, a baixa que a oposição havia tido não durou um dia, sendo agora recomposta com a chegada de Kelmann Vieira. Caso haja o interesse de recolocar Balbino na Casa, é necessário retirar um vereador da base do qual ele seja igualmente suplente, mas - mesmo diante disto - é trocar seis por meia dúzia em termos numéricos, pelo menos.
Balbino pode até ter ganhado espaços dentro do Executivo municipal, diante de sua mudança de postura. Todavia, o Executivo municipal conseguiu o que em troca? Sem o mandato, o suplente - hoje no PSD - perde muito da sua voz e, para concorrer a eleição, ainda precisará de outra legenda, uma vez que o PSD faz parte do bloco palaciano que dá sustentação à gestão do governador Paulo Dantas (MDB).
Nos bastidores políticos, se comenta que o Executivo de JHC teria investido em Balbino como um recado ao “articulador” da oposição na Câmara de Maceió: o ex-deputado estadual Davi Maia (União Brasil) e que, de fato, haveria articulação para o edil retornar ao Poder Legislativo.
Por meio de sua assessoria, o secretário municipal de governo, Júnior Leão, entretanto diz que o grupo político da Prefeitura de Maceió desconhece qualquer relação de Balbino com Davi Maia. “Nem sabíamos que Davi Maia tinha base”.
Quanto ao retorno de Balbino à Câmara Municipal de Maceió com intermediação da gestão municipal, a resposta é a seguinte: “com relação a decisões do Legislativo, o Executivo respeita as composições e decisões da Câmara de Maceió”.