O menino mirrado conta que o prefeito do interior de Alagoas, botou água nas torneiras do Quilombo, mas, a água é tão salobra, mas, tão salobra que a pele fica todinha coçando e o cabelo endurece. Nem pra lavar roupa a água serve. Só para lavar panelas.

O menino, conta, com olhinhos brilhando, que um grande sonho é tomar banho de chuveiro, com uma água bem limpinha.

O Programa Água e Mulher apresentado, defendido e aprovado pelo Fundo Estadual de Combate e Erradicação à Pobreza, sob a batuta da então conselheira, deputada estadual, Jó Pereira (2015-2023) tem o objetivo de levar água encanada e dignidade à população quilombola, com ênfase nos quilombos comandados por mulheres, em Alagoas.

Mas, o projeto está sendo abortado pelo ‘tanto faz’ do governo do estado de Alagoas.

A política de apagamento e do descarte.

Negr@ é descartável?!

O menino vive, com a mãe e mais dois irmãos, numa pobreza de doer a alma. A escassez no Quilombo, comandado por uma valente mulher é desalentadora, constrangedora, indigna.

Entre os pobres, Alagoas tem os quilombos mais pobres do Brasil, todinho.

E toda essa miséria mascarada vira festa em novembro para inglês ver e todo mundo, convenientemente, celebra, a consciência negra.

Que Consciência?

O sonho do menino quilombola alagoano é tomar um banho de chuveiro, mas,  olha que legal, em novembro  tem festejos  para o povo negro. 

Festejar o que, mesmo?

Todo solo de Quilombo é sagrado, não só o Quilombo dos Palmares.

Eita, Zumbi!!!