Quero confessar a vocês uma coisa: amo navegar nas redes sociais na Semana da Criança porque as postagens ficam repletas de fotos da infância, permitindo um mergulho em outro tempo e espaço. É quando resgatamos imagens e momentos que ficaram para sempre na memória.

Mamães e papais também capricham nos registros dos filhos, que serão eternas crianças, independentemente da idade. Devo dizer que sou uma mãe coruja e não canso de postar todos os momentos que passo com meu filho.

Ele foi um divisor de águas na minha vida e continua sendo a razão dos meus dias. Um presente de Deus que transformou para melhor a minha trajetória como ser humano, me permitindo viver um amor pleno e verdadeiro. Para mim, ser mãe, e eu sou uma mãe-solo, compensa qualquer coisa.

Eu tenho muito orgulho dessa minha história como mãe do meu filho, porque foi algo que mudou completamente a minha forma de enxergar o mundo. Foi quando tive coragem de enfrentar outras tantas barreiras. E eu explico: quando um homem diz que vai ser pai, ninguém pergunta a ele "quem vai cuidar do seu filho?", no caso da mulher que vai ser mãe, esse é o primeiro questionamento.

Eu sempre falo também que nenhuma mulher é pai e mãe, ela é mãe. Uma mãe sobrecarregada, mas não tem essa de "pãe". Os filhos precisam do suporte do pai. O processo de ser mãe-solo é duro, desgastante, cansativo. Mas posso dizer com todas as letras: você vai chorar, vai sofrer e tá tudo bem. Não se pode romantizar nada disso, ou normalizar uma situação que, tantas vezes, é tão difícil de sustentar.

A mulher não precisa ser uma super heroína, ela só tem que ser mãe. Precisamos começar a desmistificar isso, porque é uma característica da nossa sociedade machista. Uma outra coisa que precisa ficar clara: nada disso é 'mimimi'. Muitas de nós, inclusive, alem de sofrer preconceito por parte de homens, passam por isso até com outras mulheres.

É difícil encontrar quem tenha voz e que resolva lutar por tudo isso, porque sempre vai se deparar com muitas barreiras, dentro e fora de casa. Por isso digo que ser mãe foi uma grande catarse, mudou tudo na minha vida. Eu me tornei mais seletiva, passei a questionar mais. E isso também se reflete no momento atual, no processo de criação do meu filho.

Vivemos um tempo repleto de desafios, onde a urgência da conectividade nos bombardeia de informações a cada segundo. Isso pode ser um facilitador em muitos aspectos, mas também se torna um desafio, principalmente quando você precisa educar uma criança.

Na formação do meu filho, não posso afastá-lo da tecnologia, mas quero que ele cresça valorizando o contato com as pessoas, o convívio presencial, as brincadeiras e vivências que fizeram parte da minha infância e me ajudaram a ser quem eu sou. O processo lúdico é uma forma de expressão potente, essencial ao desenvolvimento físico e emocional das crianças.

Para assegurarmos uma vida plena para nossos filhos, com toda complexidade que isso implica, precisamos voltar a enxergar a infância como um processo natural de evolução, sem tantas amarras e exigências. Educar com responsabilidade sempre, mas com um olhar amoroso e uma troca saudável. Responsabilidade emocional, com muito respeito e carinho.

Vou continuar sendo a mãe presente que sou mas, sobretudo, quero criar meu filho pronto para encarar o mundo, ensinando que nem sempre vai ser fácil, mas será sempre possível. Para vencer, a gente só precisa respirar fundo a cada desafio, acreditar na força de Deus e nos nossos valores pessoais. Simples assim.