Um dos motivos que me faz escrever semanalmente um artigo, aqui no Cada Minuto, é abordar assuntos que possam atingir um maior número de leitores possível. Como vocês sabem, sou secretária de Estado da Cultura e da Economia Criativa de Alagoas, mas será que todos conhecem o significado desse último termo?

Explicando de maneira bem prática e objetiva: você já parou para pensar quantas pessoas estão envolvidas na montagem de um show? E quando termina de assistir um filme ou série favorita, observou aquela lista de nomes que aparece na tela? O espaço deste texto ficaria pequeno se eu fosse citar todos os segmentos ligados ao consumo de cultura e entretenimento em Alagoas, no Brasil e no mundo. 

Praticamente tudo, nessas áreas, envolve a chamada Economia Criativa. A aplicação do conceito foi uma proposta das Nações Unidas para diferenciar as atividades que são desenvolvidas com base no conhecimento e que produzem bens materiais ou imateriais, como um quadro, uma peça de artesanato, uma música ou um espetáculo de dança. 

A Economia Criativa, portanto, difere dos setores considerados tradicionais como o comércio, a indústria e a agricultura. Ela foca no potencial criativo de pessoas e grupos, resultando em conteúdos intelectuais e artísticos com um valor econômico agregado, gerando trabalho e renda. 

São saberes e fazeres que estão ligados a diversas áreas do conhecimento como a gastronomia, a moda, as artes plásticas, ou seja, a todas as ações do universo cultural, mas também da comunicação, como fotografia, rádio, televisão, cinema e  streamings (como a Netflix). 

Mas o que muita gente não sabe é que a Economia Criativa também envolve uma outra parte, ligada à tecnologia e à inovação, e aí eu estou falando dos jogos eletrônicos, de muitos aplicativos de celular, softwares, além da expansão desse mercado a partir do uso da Inteligência Artificial e do Metaverso, só para ficar em dois exemplos. 

A diversidade é tanta que um levantamento feito pelo Observatório Nacional da Indústria, núcleo de Inteligência e Análise de Dados da CNI, aponta que esse setor vai criar um milhão de novos empregos no nosso país, até 2030. O dado foi divulgado agora em setembro e só confirma uma tendência já detectada pela PNAD contínua em 2022: a economia criativa representa 3,11% do PIB brasileiro e emprega 7,4 milhões de trabalhadores em todo país. 

O potencial, como podemos constatar, é imenso, assim como os desafios que envolvem a área, principalmente por sua complexidade e transversalidade. Na Secult, nossas equipes técnicas acompanham de perto cada dado divulgado, que passa a fazer parte do nosso plano de metas, no âmbito da Superintendência de Economia Criativa, Fomento e Incentivo à Cultura.

Em abril deste ano, lançamos o Programa Alagoas Criativa, com o objetivo principal de orientar e incentivar os agentes criativos e os fazedores de cultura no desenvolvimento dos seus negócios. Como fiz questão de frisar, na ocasião, queremos fomentar a criação, a produção e a comercialização de bens e serviços que integram a cadeia produtiva da cultura.

É mais um passo importante dado pelo nosso estado  em direção ao mercado global da criatividade, que movimenta bilhões em recursos, a cada ano, só no nosso país. É a contribuição do setor no desenvolvimento socioeconômico de Alagoas, numa sinergia entre cultura e inovação para gerar mais emprego e mais renda para a nossa população. 

Matéria-prima e mão de obra nós temos de sobra, com tantas belezas, talentos e tradições em todas as regiões do nosso estado. Que sejamos, a cada dia, mais criativos, produtivos e sustentáveis, fazendo de Alagoas um lugar cada vez melhor para nascer, trabalhar, visitar, investir e viver.