Uma discussão que se tornou um pouco mais acalorada entre os deputados Cabo Bebeto e Lelo Maia, na sessão de ontem (27), na Assembleia Legislativa, só não esquentou ainda mais em razão da intervenção do presidente da Casa, deputado Marcelo Victor.
O assunto em pauta foi o tratamento do câncer em Alagoas.
Bebeto abriu o tema falando dos pacientes que lutam para iniciar o tratamento, criticando a inação do Estado nessa seara. Lelo respondeu que a responsabilidade da triagem oncológica é do Município e afirmou que “gestão de saúde não pode ser pautada, nem feita, através de um defensor público que acha que é gestor da saúde”, se referindo a Ricardo Melro.
Em outro ponto, Bebeto alfinetou que “ser base ou oposição não é ser cego, nem ser chumbeta...” e propôs que Lelo falasse com o irmão - vereador Zé Márcio Filho - para fiscalizar a gestão da saúde do município.
Lelo pegou o ar e sobrou para o filho de Bebeto, Caio Bebeto (secretário municipal de Juventude e Lazer): “Meu irmão tem feito o papel dele. Já o seu filho não sei se achou o gabinete da secretaria que o prefeito criou... que não existe. Respeite minha família, meu irmão...”.
Antes que Cabo Bebeto respondesse - e o clima esquentasse ainda mais - Marcelo Victor colocou água na fervura, lembrando que, como presidente da ALE, tem autoridade para encerrar discussões no momento que achar que deve.
"A afirmação do deputado Lelo não é correta. Vossa excelência (Bebeto) não fez nenhuma observação pejorativa, só citou que ele tem irmão vereador, o que é uma honra... Mas como Lelo está muito emocionado, não vou mais permitir discussões entre vossas excelências”, esclareceu MV.
“Mostre o rosto”
Essa semana, o defensor público Ricardo Melro lamentou publicamente a ausência da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) na assinatura - dia 25 deste mês - de um Termo de Compromisso para realização de mutirões voltados para 243 pacientes que aguardam pelo início de seus tratamentos oncológicos há mais de 60 dias.
“Aos que querem me atacar por simplesmente cumprir meu papel constitucional, que ao menos o façam mostrando o rosto (igual a mim), sem anonimato ou interpostas pessoas que se prestam a esse fim.”.
Por fim, citou Friedrich Wilhelm Riemer: “Um adversário que mostra sua cara abertamente é uma pessoa honrada, moderada, com a qual é possível se entender, chegar a um acordo, a uma reconciliação; em compensação, um adversário escondido é um covarde e infame”.
