Alagoas segundo dados do IBGE é um estado negro, mais da mais da população se designa, pardos e pret@s.
O segundo menor estado da República Federativa do Brasil tem encravado em seu território, um marco referencial para a humanidade, feito uma bússola de resistência atemporal: o Quilombo dos Palmares, na decantada Serra da Barriga, municipio de União dos Palmares..
Alagoas é um estado negro, entretanto, essa identidade estatística não transpõe os muros do conservadorismo político,e nem em ações da institucionalidade.
A pauta racial é extremamente desimportante para representantes do estado, eleitos por esse mesmo povo dito negro, no Congresso Nacional, seja na Câmara Federal, ou Senado Federal.
Vamos abrir parênteses para traçar um paralelo, entre Alagoas e o Rio Grande do Sul:
No estado do Rio Grande do Sul pretos e pardos somam 18,9% da população negra, ou seja, estamos falando, de um território majoritariamente branco e conservador, que desde 2002 elege um político, preto, investidor na construção de politicas públicas para negr@s, mulheres e jovens discriminad@s , com forte representação na pauta racial.
Atuando, agora, no Senado é de sua autoria a Lei 12.288, do Estatuto da Igualdade Racial.
Não é contraditório que o estado branco do Sul, eleja um político negro,tendo como suplente umamulher negra, com real entendimento de que o legado estruturante do racismo é um obstáculo desafiador, que precisa ser transposto para que haja alterações sistêmicas, focando um desenvolvimento equânime do pais?
E sendo, Alagoas um estado nordestino, dito negro, é inconcebível, que não tenhamos nenhuma representação política significativa negra, ou brancos antirracista no Congresso Nacional, que promovam, a partir de ações amplas e efetivas, a política robusta da equidade, além da festa pontual e esquecível do 20 de novembro.
O enfrentamento ao racismo estrutural , a partir da construção politica, é um caminho incontornável.
E quando os representantes politicos do estado de Alagoas, negros e não negros, vão “despertar” para a questão?
Quando é que vidas negras importam?
Onde é que estamos errando?
Eitátátátá!