Uma das características da Secretaria de Estado da Cultura e da Economia Criativa é a transversalidade. Isso significa que a nossa atuação transita nos mais diversos segmentos e colabora com várias esferas, sejam elas públicas, privadas, dentro ou fora do Governo. Mas, vamos entender melhor o que isso significa.  

Na semana que passou, tive a honra de representar Alagoas em Brasília, durante o lançamento da Política Nacional de Cultura Exportadora. Julgo importante trazer esse assunto no meu artigo semanal por duas razões: a primeira é o impacto do programa na vida das pessoas que produzem em nosso Estado. A segunda é a importância da representatividade da Secult nesse ecossistema produtivo.

Um dos maiores entraves enfrentados pelas  empresas de menor porte na hora de exportar é ter forças para lutar, de igual para igual, com grandes potências produtivas que possuem estruturas montadas especialmente para o comércio exterior. O mesmo acontece com Estados e municípios que não estão entre os maiores exportadores do país, seja pela ausência de políticas públicas de incentivo, seja pelo excesso de burocracia.

Aqui em Alagoas exportamos os produtos derivados da cana-de-açúcar desde o período colonial. A indústria química também contribui com a exportação, principalmente com a produção de PVC. Mais recentemente, o minério de cobre que sai do Agreste também entrou nessa lista. Os itens que lideram o ranking são, portanto, ligados a grandes empresas, que possuem experiência para lidar com o comércio exterior. 

A nova Política Nacional de Cultura Exportadora, lançada pelo vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, que também é Ministro do Desenvolvimento, quer fazer com que as empresas de menor porte entrem no jogo, sendo beneficiadas diretamente pelas vantagens do comércio internacional. 

E aí Alagoas tem riquezas de sobra para exportar: um artesanato original e único que já encanta museus e galerias na Europa e nos Estados Unidos; startups que oferecem tecnologia de ponta para o mundo e a produção sem limites da economia criativa que é destaque em nosso Estado.

Vocês já pararam para pensar na importância da estreia de "Sem Coração", no Festival de Veneza? O filme, rodado em Guaxuma, pela alagoana Nara Normande e pelo pernambucano Tião, foi o único longa-metragem brasileiro na disputa e arrancou aplausos do público, arrebatado por nossa arte. 

E tem mais um detalhe: teve artesanato alagoano no vestido da atriz Maya de Vicq, natural de Porto de Pedras. Bordada à mão, a peça foi produzida pelo ateliê penedense Pontos e Contos, comandado pela experiente Francisca Lessa. Existe orgulho maior do que ver Alagoas nas telas e no tapete vermelho lá na Itália?

É sobre isso que trata essa nova política de exportação: aumentar a visibilidade e o número de exportadores brasileiros, especialmente entre micro, pequenas e médias empresas, com o apoio da Federação das Indústrias (FIEA) e do Sebrae. E aqui destaco o segundo grande impacto da minha presença na solenidade de lançamento em Brasília: eu estava representando uma equipe inteira do Governo Paulo Dantas que trabalha pelo desenvolvimento do nosso setor produtivo. 

Representei meu governador, que estava cumprindo agenda na China, onde também foi tratar de ampliação das nossas fronteiras exportadoras, mas também a minha colega Caroline Balbino, da Sedics. Em nome dela, saúdo todos os outros secretários que, transversalmente, fazem parte do ecossistema produtivo alagoano, colaborando com a representatividade no exterior: nosso turismo, nossa tecnologia, nossos produtos agropecuários, nossa indústria, comércio e serviços. 

É onde entra também, com seus produtos made in Alagoas, a nossa economia criativa: o audiovisual, a música, a dança, o teatro, o folclore, o artesanato, a gastronomia e inúmeros outros itens que formam a riqueza cultural do nosso Estado. Queremos liderar essa expansão das exportações, mas com diversificação e alto valor agregado, fazendo a marca Alagoas brilhar ainda mais no mundo inteiro.