Um trecho da entrevista do ministro dos Transportes e ex-governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), ao programa Roda Viva – na segunda-feira passada – merece destaque.
O ex-governador, que se tornou senador eleito por Alagoas no último pleito, mas se licenciou do cargo para assumir a pasta do Executivo de Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT), foi questionado sobre a indicação da esposa para o cargo de conselheira do Tribunal de Contas do Estado de Alagoas (TCE/AL).
Em resposta – como mostra o próprio CadaMinuto, numa repercussão mais ampla sobre a entrevista concedida pelo ministro – o emedebista frisou: “A Renata (Calheiros) tem uma participação muito importante no Estado e a vaga era de indicação da Assembleia Legislativa. Abriu um edital e ela se inscreveu. Eu apoiei, mas quem escolheu foram os deputados. Numa democracia, ninguém pode ser impedido de disputar uma vaga”.
Ufa! Agora fica explicado.
E vejam só, existiam pessoas que achavam que alguém só por ter sido governador pelo MDB, senador eleito pelo MDB, dentro de um contexto em que o MDB construiu uma candidatura ao governo do Estado, em aliança com a Assembleia Legislativa, tendo a maioria dos deputados aderidos ao MDB, partido este cujo o pai é o presidente da legenda, poderia influir em uma escolha tão séria... sobre a qual nossos parlamentares se debruçam por meio de sabatinas criteriosíssimas para definir o futuro conselheiro, sem pensar – evidentemente – em questões menores que subvertem a política.
Ainda bem que Renan Filho esclareceu as coisas, não é mesmo...
Quem poderia ter imaginado o contrário?