Quem nunca se deixou levar pela imaginação através da leitura? Cada vez que mergulhamos nas páginas de um livro somos levados a acompanhar tramas, personagens e cenários sejam eles da ficção ou da vida real, como é o caso das biografias. É uma oportunidade única de expandir nosso conhecimento, entrar em contato com diferentes culturas, épocas e realidades. A Bienal Internacional do Livro de Alagoas, encerrada neste domingo, provou que cada palavra é uma semente que, cultivada, ajuda a transformar o mundo.

Eu tive a honra de participar ativamente do evento, realizado pela Ufal e pelo Governo de Alagoas, numa parceria que reafirma nosso compromisso  com a Cultura e a Economia Criativa do nosso Estado. O nosso estande contou com uma programação intensa desde a abertura, trazendo como tema "Diversidade e Inclusão". A curadoria cuidadosa buscou atender os mais variados interesses dos visitantes, com a oferta de oficinas, apresentações culturais, atividades voltadas para o público infantil, além do lançamento e exposição de livros.

Foram 12 horas diárias de ações inclusivas, que contou com ferramentas e recursos como intérprete de libras, audiodescrição, orientação e mobilidade, e a possibilidade de leitura e escrita em braile. Com isso, destacamos a importância das iniciativas para todos os públicos, construindo pontes entre realidades tantas vezes segregadas. Nosso propósito é, portanto, consolidar caminhos que conectem experiências diversas, onde cada indivíduo se sinta representado e valorizado.

Fiz questão de estar presente na abertura, no dia 11, e tive a oportunidade de voltar algumas vezes, inclusive na companhia do meu filho que, como todo criança, ficou encantado com a atmosfera lúdica dos estandes e dos espaços de convivência que transformaram o Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso no reino da imaginação e do conhecimento. Árvore de cordel, maloca de revistas, trono de livros, foram alguns dos espaços instagramáveis que fizeram a alegria das crianças e despertam memórias e fantasias dos adultos.

Eu poderia continuar descrevendo tudo que vi e vivi na 10ª edição do maior evento literário de Alagoas, mas preciso enfatizar também sua importância para os diversos segmentos da Economia Criativa. Os números ainda são parciais, mas até a última sexta-feira, dia 18, a Bienal já havia contabilizado mais de 500 mil visitantes, com um faturamento que ultrapassava R$ 5 milhões. São números iniciais, mas superlativos que demonstram, na prática, a força das cadeias produtivas da cultura em Alagoas e sua viabilidade do ponto de vista econômico.

No segmento livreiro, temos o pleno funcionamento de editoras, gráficas, livrarias e seus prestadores de serviço. No ramo da gastronomia, dezenas de pequenos negócios comercializando seus produtos, da mesma forma que os artistas de teatro, dança, performance e recreação que se fizeram presentes em todos os eventos realizados. Sem falar nos profissionais de cenografia, iluminação, som e imagem. Com certeza não dá para listar aqui todos os setores que, direta ou indiretamente, se beneficiam de um evento cultural desse porte.

Faço questão de chamar a atenção para esses dados porque eles refletem a importância da Cultura e da Economia Criativa em um contexto mais amplo. Sem qualquer subjetivismo, os números mensurados durante a Bienal nos fazem enxergar as muitas possibilidades que se abrem para o desenvolvimento econômico e humano no nosso Estado, tão rico em arte e cultura, nos mais diversos segmentos e em todas as regiões.  

As personalidades que deram palestras ou lançaram livros, os realizadores que apresentaram sua arte, os negócios que movimentaram a economia e os milhares de visitantes que, todos os dias, se fizeram presentes, jamais vão esquecer esses últimos dias. Participar da Bienal do Livro tem inúmeros significados. O maior deles, no entanto, continua sendo a oportunidade rara de entrar em contato com histórias que se conectam com as nossas próprias vidas, numa troca de experiências que só a leitura é capaz de proporcionar. Uma semente de saber potente como a Bienal, já está e continuará gerando frutos extremamente positivos para a sociedade alagoana.