O deputado federal por Alagoas, Alfredo Gaspar de Mendonça (União Brasil) – que tem sido um ferrenho opositor ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Lula (PT) – foi retirado, por decisão de sua própria agremiação, da Comissão Parlamentar de inquérito que apura as ações do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (CPI do MST).
A saída de Alfredo Gaspar se deu após o confronto com o líder da Frente Nacional de Lutas Campo e Cidade (FNL), José Rainha, o “Zé Rainha”. Gaspar de Mendonça, na Comissão, chegou a chamar José Rainha de “cínico criminoso” e fez duras críticas as ações do MST.
Houve pressão para a retirada do parlamentar alagoano de dentro da CPI, conforme informações do Diário do Poder. Agora, Alfredo Gaspar de Mendonça perdeu o direito de perguntar, solicitar convocações e requerimentos durante o trabalho da CPI do MST.
O União Brasil chegou a classificar a saída do deputado federal como “provisória”, mas não foi dada maiores explicações.
O Diário do Poder, em matéria assinada pelo jornalista Davi Soares, trouxe uma fala de Alfredo Gaspar sobre o assunto, que foi feita durante uma entrevista à Rádio Grande Rio de Penedo: “Fui surpreendido com a decisão do meu partido, por pressão do governo, de me retirar de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. Porque, comigo, eu não aceito qualquer tipo de pressão. Eu quero a verdade. É minha conduta aqui em Brasília. Não faço oposição por oposição. Faço é fiscalizar e cobrar solução para os problemas”.
O partido Republicanos, que integrou oficialmente a chapa pela reeleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2022, determinou, nesta terça-feira (8) a retirada de dois dos seus parlamentares da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o MST. A decisão ocorre em meio às articulações para o Republicanos indicar ministro para a Esplanada do presidente Lula (PT).
A decisão seria um dos primeiros passos para oficializar a entrada do partido para a base de apoio do governo do PT.
Alfredo Gaspar não foi o único. De acordo com um ofício enviado á presidência da Câmara dos Deputados, o líder do Republicanos, Hugo Motta, os deputados Messias Donato e Diego Garcia também serão desligados da CPI pelo partido. A decisão tem ligação com a ida do Republicanos para a base do governo federal.