Políticos alagoanos - de um lado e do outro - reagiram com fervor à decisão do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulando a utilização das provas resultantes das buscas e apreensões contra o governador Paulo Dantas, realizadas no âmbito da Operação Edema (deflagrada pelo MPF e pela PF), no ano passado.
Sucinto, Dantas escreveu, no Twitter: “A verdade sempre vence”.
Um dos primeiros a se posicionar, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o STF fez justiça, derrubando a tentativa de perseguição, e elogiou a serenidade do aliado, que “suportou todos os ataques ilegais durante a campanha eleitoral. E, mesmo com tudo isso, venceu a eleição e ganhou Alagoas.”.
O deputado federal Isnaldo Bulhões disse que “a justiça tarda mas não falha” e que após inúmeras ilegalidades sofridas durante o processo eleitoral, o governador “teve sua honra preservada com mais uma decisão favorável”.
Outros aliados que se pronunciaram foram os deputados estaduais Ronaldo Medeiros e Alexandre Ayres.
“Aos poucos, a verdade e a justiça acabam prevalecendo. O STF, finalmente, decretou a cristalina ilegalidade da perseguição policial, moral e política à qual o governador vinha sofrendo”, escreveu o primeiro.
Ayres engrossou o coro frisando que a justiça foi feita após “diversos ataques ilegais” sofridos por Dantas durante a campanha eleitoral: “O STF anulou a operação e aniquilou de vez essa tentativa de perseguição”.
“Pena dos alagoanos”
Do outro lado, a reação mais intensa à decisão de Gilmar Mendes veio do deputado federal Alfredo Gaspar. Nas redes sociais, ele disse que “os alagoanos e alagoanas de bem não merecem ter um Estado tomado pela corrupção”.
Seu pronunciamento na tribuna da Câmara dos Deputados foi ainda mais duro, quando o parlamentar afirmou, entre outras coisas, sentir “pena do povo trabalhador de Alagoas e vergonha de decisões dadas pelo STF a favor de criminosos”, como a “carta branca” que o ministro deu para que o roubo continue.
O senador Rodrigo Cunha se disse estarrecido com o fato de a Justiça chegar “a uma decisão desta espécie, desconsiderando o imenso e robusto conjunto de provas coletados pela Polícia Federal. A impunidade em nosso país é que é um ‘desserviço’ para com nossa sociedade e um ‘tapa na cara’ de nossa cidadania.”.
E completou: “Respeito o judiciário nacional, mas esta decisão, se verdadeira, escancara uma grotesca e completa inversão da realidade e prova que, infelizmente, no Brasil o crime compensa. Até quando?”.
Já o deputado federal Fábio Costa lembrou que Paulo Dantas participou recentemente de um fórum, em Lisboa, organizado por Gilmar Mendes, e “beijou a mão” do novo ministro do STF, Cristiano Zanin: “Tudo normal no Brasil. Viva a democracia! O amor tá vencendo!”.