Existe uma Alagoas (com 102 municípios) em que há uma massa de gente aportando o sonho, de um dia, aprender a desenhar o próprio nome.
No Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas, no Benedito Bentes II, em Maceió, AL, metade das mulheres ainda enfrentam o desafio de romper com o desconhecimento das letras.
Forjado pelo colonialismo e robustecido pelo racismo estrutural contemporâneo, o analfabetismo em Alagoas tem cor, CEP , desde a mais tenra idade.
As mulheres do Coletivo todas adultas, não tinham iniciativa de voltar pros bancos da escola, até entrarem para o Coletivo.
A convite das diretoras da Escola Municipal Paulo Bandeira, Cris e Deise, que acreditam na educação como ferramenta de mudança, e o incentivo da presidenta Vania Gatto, atualmente temos 10 mulheres que subvertendo as hierarquias do poder, se auto- desafiaram para a empreitada.
Talvez, essa não seja uma notícia que revolucione o seu mundo, mas, cria um universo de possibilidades para a vida de cada uma delas.
Um dia vão saber, até decifrar o letreiro do ônibus.
Uau!
E o melhor, as meninas já desenvolvem olhar político para a questão da educação, e, uma delas a Marivania dos Santos concorreu e foi a segunda mais votada pra o Conselho Escolar da Escola.
Agora é uma das representantes de alun@s.
O Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas é um lugar para tornar legitimo a lógica de que quando mulheres pretas se unem mudam o mundo.
E é assim , caminhamos.
Uma cai, a outra levanta!
Mais um passo adiante.
25 de julho é Dia da Mulher Negra , de Teresa de Benguela e das protagonistas do Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas, que essa ativista muito admira.
Salve!