Nesta quadra chuvosa do Nordeste, da mesma maneira no período de chuvas do Sul do país, viu-se o despreparo de nossas cidades para enfrentar um clima mais desfavorável que no passado. À medida que o clima global muda, as cidades enfrentam desafios cada vez maiores para lidar com os efeitos dessas mudanças.
Fica evidente que a maioria das cidades não vem desenvolvendo um planejamento urbano sustentável. É necessário desenvolver planos urbanos e de manutenção que levem em consideração os impactos das mudanças climáticas. Deve-se levar conta que essas mudanças no clima podem levar a padrões de chuvas mais intensos e imprevisíveis, resultando em inundações e escassez de água em algumas regiões.
Assim, as cidades precisam desenvolver sistemas de gerenciamento de água adequados, principalmente a construção de infraestruturas de drenagem que suportem essa nova dinâmica do tempo, bem como obras de contenção de encostas. À medida que eventos climáticos extremos se tornam mais frequentes e intensos, as cidades precisam aumentar sua resiliência para lidar com essas situações.
Dessa forma, é necessário que sejam desenvolvidos planos de emergência, a implementação de sistemas de alerta precoce e a promoção da conscientização pública sobre a preparação para desastres naturais. Também é importante a criação de infraestruturas mais resistentes e preparadas.
Essas alterações do clima podem afetar a qualidade do ar nas cidades, aumentando a concentração de poluentes atmosféricos. Isso pode levar a problemas de saúde, como doenças respiratórias e cardiovasculares. A gestão das cidades deve incluir medidas para monitorar e melhorar a qualidade do ar, promovendo a redução das emissões de poluentes e incentivando meios de transporte mais limpos.
Os gestores precisam mudar sua forma de atuação tradicional, pois as mudanças climáticas têm um impacto profundo na gestão das cidades. De um lado os custos de adequação urbana serão cada vez maiores. Assim, a gestão fiscal das cidades deve buscar deixar disponíveis recursos suficientes para se desenvolver um plano de investimentos capaz de mitigar os riscos. Também será necessário ter uma reserva de contingência capaz de socorrer pessoas desabrigadas e sustentar planos de emergência de catástrofes ambientais.
De outro lado, o gestor será exigido a ter uma abordagem holística e integrada para enfrentar os desafios ambientais, econômicos e sociais associados. A população está cada vez ciente da importância de tomar medidas para mitigar e se adaptar às mudanças climáticas, visando criar comunidades mais sustentáveis, resilientes e habitáveis para os seus habitantes.
Assim, é preciso investir cada vez mais em drenagem, contenção de encostas e sistemas de alertas. Focar os recursos públicos para o que é realmente importante, não há mais espaço para gestores que, ao invés de fazer o que é preciso para melhorar sua infraestrutura, focam a maior parte de suas disponibilidades para fazerem eventos, shows e festas.
George Santoro