Essa ativista das Alagoas dos Palmares veio ao Rio , como uma das pretas homenageadas no I Encontro Nacional das Rainhas Nzingas, que acontece no Rio de Janeiro, de 12 a 14 de julho.
O I Encontro conta com a participação de estados como São Paulo, Bahia, Minas Gerais, Alagoas,Rio de Janeiro e municípios e durante a apresentação suscitamos o debate sobre etarismo e gerontofobia.
Mulheres, em geral, têm o medo social do envelhecimento, porque “ser velha”, em país seletivo, como o Brasil, é assumir estereótipos ligados a incapacidade, degeneração ou degradação física e mental.
Mulher não tem o direito de envelhecer?
O etarismo é a repulsa à velhice e ao processo de envelhecimento, que se manifesta através de posturas discriminatórias, intimidatórias nas relações sociais em si, principalmente no meio familiar, e em práticas e políticas institucionais que reforçam estereótipos paralisantes.
Ser mulher, em um país com práticas elitistas, e excludentes, envelhecer já é complicado, imagine essa sobrecarga sob a mulher preta, pobre e periférica .
Joice Berth,, feminista, afirma (...) Todas, absolutamente todas as discussões sobre etarismo devem passar pelo racismo, tendo em vista que foi a partir dele que se pôde observar a ocorrência dessa prática de aprofundamento das opressões de raça e, posteriormente, de gênero.
E essa ativista corroborando com a assertiva de Joice, diz que a mulher branca é socialmente acolhida ao assumir as rugas, cabelos brancos, corpos flácidos, entretanto, apesar do envelhecimento, não perdem o espaço de privilégio de padrão único de beleza,
Continuam brancas, né?
E como são recepcionadas pela sociedade, órgãos institucionais, as mulheres pretas que envelhecem?
Tem estudos? Tem indicadores? Há políticas públicas?
Se já somos subjugadas na juventude por sermos pretas, pobres, periféricas. Como se dará esse envelhecer, invisível e objetificado?
Precisamos discutir os altos índices de violência contra mulheres que envelhecem, cujo maior quantitativo é de pretas.
Compreendemos e respeitamos que muitas mulheres ( a maioria branca, economicamente estável) coagidas pela proposta de conservar a jovialidade de imagem buscam ,em diversos protocolos, a eterna fonte da juventude.
Muito legal, mas, ultimamente essa ativista tem feito a leitura que, a necessidade de “parecer jovem” a vida toda é uma nova espécie de escravidão às ideologias vigentes, não é não?
Diante do alto índice de mortes pelo racismo, envelhecer para mulheres pretas, no Brasil, é um presente, especialíssimo, mas, precisa vir embalado com políticas públicas.
E no Encontro Nacional das Rainhas Nzingas, que acontece no Rio de Janeiro de 12 a 14 de julho, essa ativista das Alagoas dos Palmares, afirmou : Precisamos falar sobre o etarismo das mulheres pretas e a gerontofobia, ou, nosso medo de envelhecer.
No Julho das Pretas, um brinde à vida!