A nota do governo de Alagoas, divulgada nesta terça-feira (11), reivindicando ser ouvido no processo de venda da Braskem foi reproduzida na imprensa tradicional e em todas as redes sociais que alimentam com informações o mercado financeiro.
É que a empresa responsável pelo afundamento no solo de Maceió em decorrência de mineração feita na região, recebeu, em maio, proposta de um fundo dos Emirados Árabes Unidos.
Em junho, outra a empresa, a Unipar, ofereceu comprar todas as ações que a Odebrecht tem na Braskem.
E ontem, a Petrobras, que tem 47% das ações com direito a voto na Braskem, fez um movimento para exercer o seu direito de preferência, caso ocorra a venda das ações detidas pela Novonor - antiga Oderecht, dona de 50,1% do capital votante .
Por conta dos avanços nas negociações, a nota do governo alagoana explica que o acidente tornou Alagoas o "maior credor da Braskem".
Por isso "Não faz sentido algum que, justo Alagoas – vitimado pelo mega desastre provocado pela Braskem em Maceió, com reflexos ambientais em todo o estado – seja alijado das negociações, visto o interesse público envolvido de milhares de habitantes do estado".
Segundo a nota, “É imperativo informar aos interessados na aquisição da Braskem que o chamado passivo de Alagoas está ainda longe de ter sua resolução positivamente encaminhada".
O governo revela que 60 mil pessoas tiveram que abandonar suas casas, 3.600 empresas foram fechadas, dez mil pessoas ficaram desempregadas e houve a realocação de 17 mil imóveis.
EM TEMPO - A Braskem tem um provisionamento superior a R$ 6 bilhões relativos a esse evento geológico em Maceió, conforme consta no balanço financeiro da companhia.